Uma mulher de 18 anos esteve na manhã desta quarta-feira (10), na Vara da Infância e da Juventude de Itabuna, na região sul da Bahia, e afirma ser mãe do menino de um ano que foi acolhido pelo Conselho Tutelar da cidade após suspeita de que teria sido entregue como garantia de quitação de uma dívida com traficantes de drogas. Segundo informações da polícia, a mulher, que seria usuária de drogas, devia cerca de 50 pedras de crack.

Em entrevista, ela negou que tenha negociado o filho com traficantes.

Na terça-feira (9), a mulher esteve no Conselho Tutelar afirmando ser a mãe do menino.

Apesar de não ter apresentado documentos para comprovar, ela disse que saiu para trabalhar e deixou o filho com uma pessoa conhecida e, quando retornou, a criança havia desaparecido.

"Ela fala que deixou o menino com uma pessoa amiga dela, pagou R$ 10 a essa pessoa, que é usuária de droga, e saiu para procurar emprego", afirma a assistente social Rita de Cássia Montalvão, da Vara da Infância e da Juventude de Itabuna. Mãe e filho são da cidade de Itamaraju, onde segundo a assistente social, há registro sobre o menino no Conselho Tutelar local porque a criança já esteve abrigada em uma creche por conta de denúncia de vizinhos de que a mãe teria "problemas psicológicos".

O juiz da Infância de Itabuna, Marcos Bandeira, disse que não esteve com a suspeita nesta manhã, mas ressalta que a denúncia será investigada, enquanto o garoto permanece em uma casa de acolhimento na cidade.

"Esse primeiro contato da mulher, que seria a mãe, ainda é informal. Ela precisa apresentar documentos, como certidão de nascimento, que comprovem que realmente ela é a mãe dessa criança", afirma.

O juiz afirma que o próximo passo é que os pais da criança sejam notificados.

"O menino foi para uma casa de acolhimento porque estava em situação de vulnerabilidade. O Conselho Tutelar informou a situação ao Ministério Público. Foi expedido um mandado de busca e apreensão, que resultou nesse acolhimento institucional. Agora, os pais serão notificados. Eles poderão apresentar defesa em um prazo de cinco dias. Será feito um estudo psicossocial para verificar essa questão de que houve troca da criança", informa o juiz.

Caso

De acordo com a polícia, a situação foi descoberta depois que uma outra mulher, que teria sido encarregada pelos traficantes de cuidar da criança, abandonou o menino perto do terminal rodoviário, na segunda-feira (8).

"Essa pessoa estava encarregada de cuidar da criança. Tanto a mãe quanto essa pessoa encarregada são conhecidas no comércio da cidade, são usuárias de drogas', informou o tenente Gilvan dos Santos.

A criança foi entregue pela PM ao Conselho Tutelar.

"Ela estava só de camiseta, aparentemente um pouco febril, um pouco debilitada, mas sem sinal de violência", informou a conselheira tutelar Francis Rosa.

A criança foi levada para o abrigo SOS Canto da Criança, em Itabuna.

As informações são do G1