RIO – O "New York Times" publicou neste sábado um perfil do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa. Ao jornal americano, o ministro diz que seu temperamento "não se adapta bem à política" e, em referência às eleições presidenciais de 2014, completa: "Não sou candidato a nada".
As recorrentes discussões na Corte entre Barbosa e outros ministros foram destacadas pela reportagem do correspondente Simon Romero, que citou polêmicas dos últimos anos. "Eu falo muito o que penso", disse o ministro do STF para explicar por que não se adaptaria à vida política.
O perfil aborda a atuação do ministro durante o julgamento do mensalão e sua "falta de tato", que representa, segundo o NYT, a força por trás de uma série de decisões socialmente liberais, objeto de "fascínio popular". São citadas ainda as recentes discussões entre Barbosa e o ministro Ricardo Lewandowski, na fase de recursos do julgamento.
Na entrevista, Barbosa disse que alguma tensão é necessária para a Corte funcionar corretamente. "Sempre foi assim", disse o presidente do STF. O não pedido de desculpas por ter dito que Lewandowski estaria fazendo "chicana" para atrasar as decisões finais tem destaque no perfil também faze parte do perfil.
Ao falar das manifestações, Barbosa criticou a violência de alguns manifestantes, mas acredita que o movimento são sinais da "exuberância da democracia". "As pessoas não querem ficar passivas diante dos arranjos da elite".
A exposição também traz problemas e o deixa em posição "defensiva", diz o texto, que cita reportagens sobre o apartamento comprado por Barbosa em Miami (por meio de uma empresa aberta supostamente para pagar menos impostos) e benefícios atrasados recebidos do Ministério Público Federal.
O correspondente do NYT escreve também sobre a infância em Paracatu (MG) e a trajetória profissional, desde sua entrada na universidade contra "todas as expectativas". "Era o único estudante negro no curso da época", diz o texto.
As informações são do Yahoo Notícias.