Com arte, entre palavras cores e tons, o projeto da produtora Kátia Letícia, Narrativas Subterrâneas desperta, resgata e fortalece o poder, as raízes e a ancestralidade das mulheres negras, no distrito de Parafuso, em Camaçari. Mulheres de pele negra contanto suas próprias histórias e não pelo olhar do opressor.

Foto: Arquivo

Narrativas Subterrâneas teve início em 7 de fevereiro de 2022 e é através dele que toda uma comunidade conhece a guarda na memória histórias de mulheres como a da mestra da cultura popular dona Diana. Dona Maria, a Deda, que fundou uma escolha comunitária há 21 anos, Sandra do acarajé, Mãe Neide de Oyá que firma suas raízes há mais de duas décadas em Parafuso, dona Lurdinha, e mestra Arline.

Foto: Divulgação

Todas essas histórias reais são de mulheres para mulheres, que se identificam, precisam se reconhecer e necessitam de representação.

Kátia Letícia. Foto: Átila Lage

A idealizadora conta que “esse projeto visa registrar as histórias dos povos pretos a partir das experiências vividas pelas mulheres em um contexto comunitário. As mulheres pretas estão sempre à frente, liderando os movimentos educacionais, culturais, sociais e políticos das suas comunidades. São sustentação econômicas de suas famílias”.

Para Kátia, “referenciar essas mulheres dentro de suas comunidades é a grande finalidade do Narrativas Subterrâneas. Então, quando essas mulheres passam a escrever suas próprias histórias, elas ganham dimensão de espelho, começam a se olhar e se reconhecer, reconhecer suas manifestação e práticas de cura. É uma gama de simbologia que são também ancestrais. É um enfrentamento ao racismo e a todo um sistema que tenta inferiorizar as suas existências“.

Essas mulheres ganham outra visão sobre elas próprias, Kátia Letícia.

Feliz mais um 8 de Março, Dia Internacional da Mulher!

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