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No corpo as marcas, cicatrizes e seqüelas do problema de segurança pública, que hoje é realidade em todo o país, na memória, os momentos difíceis de luta pela vida, e no coração, um único desejo, que todo esse pesadelo termine! Assim têm sido os dias do carreteiro Elisandro Guilarducci, 42, vítima de arma de fogo durante um assalto, no bairro de Nova Vitória, em Camaçari.

E, mesmo depois do trauma, das sequelas, de passar por duas cirurgias complicadas e ficar 50 dias internado, no Hospital Geral de Camaçari, HGC, o sofrimento não acabou por aí.

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Hoje, a luta de Sandro e da família, é com a empresa TOI Transportes, que presta serviço para a BRASKEM, onde ele trabalha a pouco mais de cinco anos, na tentativa de conseguir um plano de saúde para o trabalhador, que agora necessita de um acompanhamento medico minucioso.

Desesperada com a situação do irmão, a advogada Elinalva Guilarducci resolveu buscar auxilio junto ao Sindicado dos Trabalhadores em Transportes Rodoviário de Carga do Estado, e ficou surpresa com a informação de que, apesar de existir uma Convenção Coletiva de Trabalho 2015/2016 que prevê a obrigação da empresa em oferecer assistência médica ao trabalhador, as dificuldades hoje enfrentadas por Sandro, nada mais é, do que uma falta de humanidade e de responsabilidade da terceirizada, em descumprir a convenção e não disponibilizar assistência medica para os seus funcionários.

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Por considerar que há um bem maior a ser resguardado (a saúde do profissional), o Assessor Jurídico do Sindicato e advogado Trabalhista, Doutor Anderson Pereira, entrou, no último dia 26 de setembro, com uma ação junto ao Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região. “Conseguimos liminar, no dia 28 de setembro, no mandado de segurança concedida pelo Desembargador, Doutor Humberto Machado determinando que a empresa fornecesse, imediatamente, a assistência médica ou custeasse a transferência e procedimentos necessários em uma unidade hospitalar similar àquelas oferecidas por planos de saúde, sob pena de multa diária de R$ 500,00, salvo se comprovar que ofereceu e o trabalhador recusou, mas até a presente data a empresa não cumpriu a determinação”, ressaltou o advogado.

Revoltada a irmã da vítima relata as respostas por parte da empresa. “Quando ligamos pra lá, uma gerente de prenome Luciana, ainda desdenha da gente. Outro dia fui dizer pra ela que a empresa poderia ter os bens bloqueados pelo descumprimento da ação e, ela retrucou dizendo: – É bom, porque assim, não teremos como pagar a multa!”, detalhou indignada Elinalva.

Com voz tremula e olhos marejados, senhor Guilarducci, pai de Sandro desabafou. “Isso é desumano. Nessa quebra de braço e nesses desgastes, sinto que posso está perdendo meu filho”, finalizou com a voz engasgada na garganta.

Até o fechamento dessa matéria a empresa não se pronunciou sobre o assunto.