O inicio de temporada do atacante Neilton no Vitória foi muito produtivo, era titular absoluto e principal destaque do Vitória. O camisa 10 era principal peça do time e esbanjava números expressivos, como de artilheiro e líder em assistências, chegando a participar diretamente de 39% dos gols marcados pelo time até o mês de junho.
Neilton chegou a ser a principal aposta do rubro-negro baiano para Série A do Campeonato Brasileiro, mas a situação mudou completamente. Apesar de ser manter como goleador e maior garçom do Vitória em 2019 (terminou o ano com 21 gols e nove assistências), o atacante não conseguiu repetir as boas atuações, perdeu a posição, chegou a ser vaiado pela torcida e terminou a temporada em baixa. A nível de comparação, até o dia 6 de junho ele tinha 18 gols marcados em 33 jogos, uma média de 0,5 por partida. A partir daí, disputou mais 23 jogos (alguns vindo do banco de reservas) e balançou as redes apenas três vezes, média de 0,13.
Durante entrevista, ao Globo esporte, Neilton fez um balanço da temporada e avaliou o desempenho. O jogador apontou saída do técnico Vagner Mancini (demitido no dia 29 de julho) como fator impactante no seu rendimento. Chegando a afirma que com os outros treinadores (Paulo Cézar Carpegiani e João Burse) passou a jogar em função diferente.
“Eu vinha sendo destaque, estava brigando pela artilharia do país, artilheiro da Copa do Brasil e do Baiano, e no Brasileiro fui o atleta com mais gols no Brasileiro. Com o professor Mancini, me destacava na equipe e, após a saída dele, eu não pude mais atuar na função que jogava. Isso limitou a liberdade que eu tinha dentro de campo. Manifestei essa insatisfação aos treinadores que chegaram, mas mesmo assim eles não mudaram o sistema e isso me prejudicou um pouco. Isso acabou me desanimando, pois sabia que não poderia render o meu melhor fora da posição que costumo jogar”, disse Neilton.
“Fizemos um bom início de temporada. Começamos o Brasileiro bem, mas tivemos mudanças que acabaram atrapalhando nossa equipe, o seu rendimento e entrosamento ao longo do campeonato. Tivemos que mudar nossa forma de jogar em meio a competição e isso acabou custando caro no final. […] É claro que se o coletivo não funciona bem, o individual não vai se destacar. E nossa queda de rendimento fez com que tivéssemos um final de temporada que não gostaríamos”.
Neilton não escondeu sua insatisfação quando ao falar sobre as mudanças de posições, impostas pelos treinadores. E afirmou que sentiu “desvalorizado”.
“Eu fiquei bem chateado porque acabaram não valorizando tudo que fiz na temporada. Gostaria de ter jogado as partidas finais do Brasileirão, mas eu também havia me posicionado sobre atuar fora de posição, pois não conseguia dar o que todos esperavam de mim. Acho que isso acabou pesando”.
O camisa 10 tem contrato com o Vitória até 2020. Mas a permanência dele não está garantida. Neilton afirma que outros clubes manifestaram interesse em contar com ele e deixou em aberto a possibilidade de continuar ou não no clube.
“Meus planos pra 2019 estão nas mãos de Deus. Estou descansando dessa jornada pesada que foi 2018 e deixei tudo nas mãos do meu empresário que está cuidando disso. Tem o interesse de alguns clubes sim, mas agora no início eu preciso curtir as férias e a família e no retorno sentar com meu representante para decidir o que é bom pra mim e pro clube, seja ficando ou saindo”.