A Nestlé divulgou um comunicado, nesta segunda-feira (18), em que diz ter encontrado traços de DNA de cavalo em produtos da marca que estariam ligados à brasiliera JBS. Os produtos eram vendidos na Itália e na Espanha.
Segundo a Nestlé, dois produtos feitos a partir de carne fornecida pela empresa alemã H.J. Schypke tinham quantidade de carne de cavalo. A empresa alemã foi subcontrada pela fornecedora da Nestlé JBS Toledo NV, uma subsidiária do grupo brasileiro JBS. "Nossos testes encontraram traços de DNA de cavalo em dois produtos feitos a partir de carne fornecida pela H.J. Schypke", diz a nota.
Segundo a Nestlé, há mais de 1% de carne de cavalo nos produtos. Esse é o limite definido no Reino Unido pela Agência de Segurança Alimentar para indicar adulteração provável ou negligência grave. A empresa diz que já informou as autoridades sobre o caso.
"Estamos agora suspendendo as entregas de todos os nossos produtos acabados produzidos usando carne fornecida pela empresa alemã H.J. Schypke, subcontratada de um de nossos fornecedores, a JBS Toledo NV", diz o comunicado.
A conclusão da compra do grupo belga Toledo, especializado em produtos cozidos de carne bovina, com vendas concentradas no oeste europeu, foi concluída em 2010.
A Nestlé diz que fortaleceu os testes dos produtos à base de carne vendidos na Europa com o sugimento de problemas em produtos de diversas empresas. Quantidades de carne de cavalo acima das permitidas foram encontradas em países como Irlanda, Reino Unido e França.
A empresa diz não haver problema de segurança alimentar, "mas erros na etiquetagem de produtos significa que eles não cumprem os padrões elevados os consumidores esperam de nós".
O ravioli de carne Buitoni e o Tortellini de carne, à venda na Itália e na Espanha, foram retirados das prateleiras, segundo a Nestlé. O mesmo destino teve a lasanha "Bolognaise Gourmandes", um produto de carne congelada para empresas de catering pela Nestlé Professional produzido na França.
JBS
Em nota, a JBS disse que o escritório comercial da JBS na Bélgica (JBS TOLEDO) foi notificado nesta segunda sobre o caso e que "suspendeu todos os contratos com a Schypke e não comercializará mais produtos europeus até que a confiança na segurança do sistema de fornecimento do bloco seja restabelecida".
Nenhum caso de violação foi identificado nos produtos fabricados pela própria JBS, segundo nota da empresa, que diz também que "nenhum contrato sofreu alteração ou cancelamento e os pedidos estão sendo cumpridos a partir das plataformas próprias de produção".
A empresa brasileira diz que a empresa alemã respondia por todo o fornecimento, desde o processo operacional e logístico até o envio ao cliente final, e reitera que a Schypke "não pertence ao seu grupo econômico e não possui qualquer relação societária ou operacional com a companhia".
A JBS disse que trabalhava com diferentes fornecedores com o consentimento dos clientes, que auditavam e aprovavam os fornecedores europeus selecionados.
Carne de cavalo
Em janeiro, autoridades do Reindo Unido e da Irlanda começaram a investigar a contaminação de hambúrgueres de carne bovina por carne de cavalo vendidos em grandes redes de supermercados dos dois países.
A contaminação foi descoberta pelas autoridades de saúde da Irlanda, que examinaram 27 produtos diferentes e constataram que 10 deles tinham traços de DNA de cavalos e 23 continham DNA de porcos.
Segundo as autoridades dos dois países, o consumo dos hambúrgueres não trazia riscos à saúde, mas os produtos já foram retirados das prateleiras dos supermercados.