De acordo com o relatório “Mudanças Climáticas: Impactos e Cenários para a Amazônia”, o desmatamento e a degradação ambiental causaram mudanças climáticas que levaram a floresta a perder até metade da capacidade de reciclar água. Entretanto, os cientes afirmam que esse é apenas um dos problemas e preocupações, e que a influência humana é mais decisiva do que causas naturais nas mudanças sentidas pela Amazônia.

“Devido ao desmatamento atual, que já cobre quase 20% da Amazônia brasileira, e a degradação florestal que pode estar afetando uma área muito maior, a Amazônia já perdeu de 40% a 50% da sua capacidade de bombear e reciclar água”, assegura parte do estudo.

Os dados coletados mostram que, entre 1949 e 2017, houve um aumento médio na temperatura entre 0,6 ºC a 0,7 ºC, sendo que o ano de 2017 foi considerado o mais quente desde meados do século 20.

A “olhos nu”, o aumento pode até parecer pequeno para um leigo, entretanto, já é bastante significativo para causar grandes impactos.

“Vemos o que aconteceu no fenômeno El Niño, com muita seca em 2016 e grande concentração de queimadas”, exemplifica José Marengo, o pós-doutor em modelagem pela climática NASA (agência espacial norte-americana).

Para se ter ideia, Marengo segue explicando que as queimadas na Amazônia contribuem significativamente para o aumento da emissão e concentração de CO2 na atmosfera, gerando o aquecimento global.

Sem uma ação eficaz para conter o desmatamento, as queimadas e a degradação irão agravar a situação da Amazônia que chegara à níveis críticos até o fim deste século.

O estudo, que é produzido por órgãos de pesquisa com base em dados do IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas), vinculado à ONU (Organização das Nações Unidas), é assinado pelos pesquisadores José Marengo, coordenador-geral de Pesquisa e Desenvolvimento do Comaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais), e Carlos Souza Júnior, do Imazon.

Governo

O governo do presidente Jair Bolsonaro (PSL) vai utilizar o Dia da Amazônia, celebrado nesta quinta-feira, dia 5 de setembro, para lançar uma campanha publicitária no país e no exterior com o intuito de reafirmar a defesa da soberania do Brasil em relação ao território e divulgar que o país conserva o meio-ambiente.

A expectativa é que a campanha consiga passar a ideia que o governo não “quer acabar com a floresta amazônica” e que “objetivo da preservação é de todos”.

Batizada de “Amazônia Pelo Brasil”, a ação vai destacar que os brasileiros sabem valorizar” sua maior riqueza, patrimônio nacional e da humanidade.” A peça publicitária também vai divulgar o Brasil como  exemplo mundial de preservação, conservação e sustentabilidade ambiental, que mantém intactos 60% de sua vegetação nativa e 84% da floresta amazônica.

Para realização dessa ação, o investimento do governo foi de R$ 3 milhões, com publicidade em emissora de televisão, rádio e internet. No exterior, a campanha tem como alvos os Estados Unidos, França, Alemanha, Inglaterra, Holanda e Noruega.

Dia da Amazônia

O Dia da Amazônia foi instituído em 19 de dezembro de 2007, após sanção do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Na época, a ministra do Meio Ambiente era Marina Silva. A data tem o intuito de conscientizar a sociedade sobre a importância da floresta.

O dia 5 de Setembro foi escolhido por ser a data da criação da província do Amazonas, em 1850, por Dom Pedro II.

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