A constatação faz parte dos Indicadores Sociais Municipais do Censo Demográfico 2010, divulgado nesta quarta (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento faz uma análise do Censo 2010, focando em temas como aspectos demográficos, educacionais, de saneamento e do perfil de distribuição dos rendimentos nos municípios brasileiros.

De acordo com o estudo, no caso das cidades paulistas, esse fenômeno pode ser explicado, em parte, pela instalação recente de penitenciárias masculinas. Em Balbinos, por exemplo, a criação de dois presídios na última década fez a população local saltar de 1.313 para 3.702, entre os dois últimos censos do IBGE (de 2000 e 2010). A proporção da presença masculina acompanhou o movimento e passou de 106,1 homens para grupo de 100 mulheres, em 2000, para 428,8 homens para cada 100 mulheres em 2010.

O levantamento destaca que os outros municípios, localizados nos estados do Pará, de Pernambuco, Santa Catarina e Mato Grosso, no entanto, já apresentavam uma concentração maior de homens no início da década, tendo sido acentuada ao longo dos anos.

É o caso Cumaru do Norte, no Pará, que já em 2000 registrava 129,9 homens para 100 mulheres e aumentou a razão de sexo para 138,7 homens para cada centena de mulheres.

No outro extremo, entre as 20 cidades com maior concentração de mulheres, 12 são capitais. Oito delas localizadas na Região Nordeste, três na Sudeste e uma na Sul. O município onde há menor diferença entre a população masculina e feminina é Santos (SP), com 84,4 homens em cada grupo de 100 mulheres.

Entre as capitais, Recife foi a que apresentou a menor presença de homens, com 85,7 pessoas do sexo masculino para 100 mulheres, seguida de Porto Alegre (86,5), Aracaju (86,8) e Salvador (87,5). A única capital onde o número de homens superou o de mulheres foi Porto Velho, onde existem 103,2 homens para 100 mulheres.

Quando a análise considera os grupos etários, o levantamento mostra que na faixa de idosos (com 60 anos ou mais) há, geralmente, maior predominância de mulheres. “No grupo de idosos, fica mais evidente o efeito da maior mortalidade masculina, uma vez que um quantitativo menor de homens atinge essa idade”, destaca o documento.

Na média do país para essa faixa etária, há 80,1 homens para 100 mulheres. Nos estados do Rio de Janeiro, de Pernambuco e do Rio Grande do Sul, além do Distrito Federal, há uma média de três idosos para cada quatro idosas.

O documento do IBGE destaca ainda que também na faixa de 20 a 34 anos há predominância feminina, especialmente no Distrito Federal – onde há 91,5 homens para 100 mulheres – e nos estados de Alagoas (92,8), Sergipe (94,6), Pernambuco (94,8) e Rio de Janeiro (95,5). No outro extremo, Mato Grosso (107,0), Santa Catarina (102,0), Rondônia (101,2) e Pará (100,3) são os estados com maioria masculina nesta faixa de idade. As informações são da Agência Brasil