O doleiro Alberto Youssef, acusado de operar o esquema de lavagem de dinheiro na Petrobras, preso na Operação Lava-Jato, disse em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, na manhã desta segunda-feira (11) que o Palácio do Planalto tinha conhecimento do esquema. Sem saber precisar exatamente em que data foi, o doleiro disse que em 2011 ou em 2012, houve “um racha” entre os líderes do PP e isso foi motivo de discussão dos líderes com a Casa Civil e a Secretaria-Geral Presidência da República.

Youssef disse que a troca de líderes do partido na Câmara foi feita por intermédio da então ministra Ideli Salvatti e do ex-secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho, e confirmou o que tinha dito à Polícia Federal sobre o fato de que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ter mandado fazer um pagamento para a agência Muranno Marketing, que prestava serviços à Petrobras. “Quem me contou isso foi o Paulo Roberto Costa”, disse Youssef, em referência ao ex-diretor de Abastecimento da Petrobras apontado como beneficiário de propinas de empresas contratadas pela Petrobras para o financiamento de partidos políticos.

“Paulo disse que, na época, foi R$ 6 milhões e pouco e que isso o PT teria que operacionalizar metade. A outra seria do PP. Em determinado momento, Júlio Camargo (representante da empresa Toyo) me fez esse repasse de R$ 3 milhões para o PT”, completou.