Depois de ter sido ameaçada através das redes sociais, uma sobrevivente do Holocausto precisou receber uma escolta policial para participar de uma homenagem de milhares de pessoas e centenas de prefeitos em Milão. Liliana Segre, de 89 anos, ficou rodeada por pessoas que se juntaram atrás de um cartaz onde estava escrito: “o ódio não tem futuro”. A sobrevivente foi enviada ao campo de extermínio nazista de Auschwitz quando era criança, ela é senadora vitalícia.

Durante o ato, as pessoas marcharam pela cidade até a praça em frente à prefeitura ao som da canção “Bella Ciao”, hino antifascista italiano.

Liliana começou a andar com escolta policial em novembro deste ano, depois do registro de uma série de publicações antissemitas, seguidas de ameaças que foram feitas contra ela por defender um novo painel parlamentar contra o racismo, a discriminação, o antissemitismo e o ódio on-line.

Em seu discurso, Liliana disse à multidão: “Eu conheci o ódio. Eu soube o que significa ser um rejeitado da sociedade à qual acreditava pertencer”. “Ouvi as palavras de ódio, odiosas e ofensivas, e vi com meus olhos a realização de um programa feroz preparado a partir do ódio”, acrescentou.

A sobrevivente é apoiado de um Museu Nacional da Resistência na Itália, que inclusive foi anunciado nesta semana para ser construído em Milão.

Para o prefeito de Milão, Giuseppe Sala, manifestações como essa devem continuar “até que esse clima de ódio mude ”.

A iniciativa foi organizada pela associação de prefeitos da Itália e tinha o objetivo de ser multipartidária. Porém, o prefeito de Bolonha, Virginio Merola, disse à AP que o crescente racismo no país podia ser atribuído à longa crise econômica e à retórica provocativa da Liga, partido de Matteo Salnivi, ex-ministro de Interior italiano que é contra imigrantes.

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