O deputado federal Osmar Terra (MDB) depôs à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, nesta terça-feira (22). Na ocasião, ele negou que exista um gabinete paralelo responsável por aconselhar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no enfrentamento à pandemia e criticou as medidas restritivas adotadas por governadores.

Embora confirme ter participado de um encontro com o presidente e médicos defensores do uso de medicamentos sem eficácia no tratamento da Covid-19, ele garantiu que esta reunião no Palácio do Planalto foi a única.

“Gosto do presidente, tenho simpatia por ele. Quando, de vez em quando, ele me pergunta alguma coisa ou eu acho que tenho que falar alguma coisa, eu falo. Mas são opiniões pessoais. O presidente julga as coisas do jeito que ele quer”, declarou, ressaltando que o suposto gabinete seria uma uma ficção criada por opositores.

Na sessão da CPI, Terra afirmou que sempre defendeu o uso de vacinas. No entanto, vídeos antigos exibidos na CPI mostraram outra coisa. A ideia sustentada por ele, que é ex-ministro da Cidadania, era a imunidade de rebanho. A seu ver, 5 mil pessoas poderiam morrer pelo vírus, conforme declarado em 2020. “O deputado Osmar Terra é um dos líderes do negacionismo. Nenhum dos seus prognósticos otimistas se realizou”, o relator Renan Calheiros (MDB) disse.

O deputado federal afirmou à comissão que o Supremo Tribunal Federal (STF) limitou o poder de Bolsonaro no enfrentamento da pandemia, algo prontamente classificado como uma mentira pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD). “Não tem mentira maior do que dizer que o STF tirou poder do presidente. É a maior mentira que existe. Tanto não tirou, que o presidente vai para ‘motociatas’ sem máscara e ninguém faz nada”, rebateu.

Alinhado com o presidente, Osmar Terra questionou a eficácia das medidas restritivas usadas no combate à disseminação da doença. Em sua opinião, uma das principais contribuições para o pico da pandemia foi o contágio ocorrido dentro de casa, entre familiares.

“Não tem nenhum impacto fazer lockdown e quarentena. A aglomeração em ambiente fechado, esse sim é o grande lugar de contágio. Isso acontece em todas as casas. As pessoas chegam em casa e tiram a máscara. Se isolamento funcionasse, não morria ninguém em asilo. Trancar todo mundo em casa por 18 meses até encontrar vacina é uma proposta fora da realidade”, disse. Omar Aziz, no entanto, discordou, trazendo a informação de que a maior crise da Covid-19 no Amazonas ocorreu quando as medidas de isolamento foram afrouxadas.

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