O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, considera o vice-governador Otto Alencar (PSD) como a melhor opção entre os nomes da base de apoio do governador Jaques Wagner (PT), para sucedê-lo em 2014.

"Temos uma aliança muito forte na Bahia e, quando dentro da aliança tem o governador, ele é o líder. Evidente que sabemos que o Otto é um quadro majoritário e o PSD tem a expectativa de que ele seja o candidato a governador, mas temos a consciência que caberá a Wagner fazer esse encaminhamento", disse o ex-prefeito de São Paulo ao desembarcar em Salvador na noite de ontem, para dois dias de agenda no Estado. Um dos eventos foi um jantar na noite de ontem com lideranças do partido e o governador.

Kassab garantiu que não iria conversar sobre uma eventual candidatura de Otto com o governador. "Não. Mas é evidente que ele, nas suas considerações, vai levar em conta o nome de Otto, assim como nomes de outros partidos. Entendemos que o PSD tem um dos melhores nomes", declarou.

Ao ser indagado se o partido mudou de estratégia em relação à chapa majoritária, já que o vice-governador tem declarado que pretende disputar o Senado, Kassab ponderou que o colega de partido "é muito generoso e está preparado para contribuir para a aliança, qualquer que seja a posição (na majoritária)".
Dilma – Em relação às negociações para eleição de presidente da República, Kassab informou que o PSD está praticamente definido em apoiar a reeleição da presidente Dilma Roussef, apesar de ter recebido acenos do provável candidato do PSDB, o senador Aécio Neves e do governador pernambucano Eduardo Campos (PSB), que também pensa em disputar o Palácio do Planalto.

"Até o momento, diretórios do PSD de 12 estados já foram ouvidos e se manifestaram pelo apoio a Dilma. Agora, temos uma reunião marcada para o dia 6 de junho, onde vão se manifestar os estados do Amapá e Maranhão", disse, explicando que o partido não tem uma data para anunciar oficialmente o apoio. "A questão não é numérica, é política. Depois de ouvir os estados, e caso se confirme essa tendência, uma comissão do partido vai procurar o partido da presidente para iniciar os entendimentos. Nessas tratativas queremos colocar algumas questões, inclusive a dos palanques estaduais".

Agregar forças – Conforme Kassab, o PSD não pretende negociar participação na chapa majoritária de Dilma. "Temos consciência que já existe uma chapa pronta, onde a presidente Dilma tem como companheiro de chapa o vice Michael Temer (PMDB). Queremos contribuir para agregar mais forças políticas. Os entendimentos serão sobre os palanques estaduais", insistiu.

Kassab não vê qualquer contradição no fato de Guilherme Afif, filiado ao PSD, aceitar ser ministro na gestão Dilma, já que foi eleito vice, em 2010 do governador tucano Geraldo Alckmin.

Conforme o presidente do PSD, se ele renunciasse à vice estaria traindo os eleitores que votaram na chapa. No entanto, lembrou que Afif já tinha sido exonerado da Secretaria de Desenvolvimento Econômico.

"Ele foi demitido por estar junto comigo e o Otto. Não existe briga (com Alckmin), existe uma realidade. Não há nenhum impedimento (para assumir o ministério) no campo ético e no campo administrativo. Poderia renunciar (à vice), mas seria uma deslealdade com os eleitores que o elegeram".

Após o jantar com integrantes do partido e Wagner ontem, na manhã desta sexta-feira, 17, Kassab vai à cidade de Feira de Santana com Otto Alencar, a convite do presidente local do PSD, Fernando Torres. Kassab ministrará uma palestra com o tema "O Brasil que nós queremos".

O evento será realizado no Hotel Ibis, situado na Rua Coronel José Pinto, bairro São João. Deve manter contatos com lideranças e ex-prefeitos que estão interessados em se filiar ao PSD. De Feira, ele seguirá para Aracaju. As informações são do A Tarde.