Arcebispo emérito de Salvador e um dos cinco cardeais brasileiros que escolherão o novo papa, dom Geraldo Majella Agnelo falou ao CORREIO horas antes de viajar para o Vaticano, no domingo.
Como o senhor vê a possibilidade de termos um papa brasileiro?
Da minha parte, eu não vejo necessidade imperativa que se faça uma eleição de um brasileiro. Durante 400 anos, o papa era sempre italiano. João Paulo II, polonês, e Bento XVI, alemão, foram exceções.
Mas, e se o senhor for o escolhido?
Não é uma situação factível, pois já tenho 79 anos e o papa que está renunciando tem 85.
Os católicos devem rezar durante o conclave?
A Igreja deve rezar pelo papa que sai e pelo novo pontífice, seguindo a tradição de rezar por Pedro, o primeiro papa.
Com tratamento quase divino, papa tem poder absoluto na Igreja
Líder da Igreja Católica, o papa possui direitos ilimitados e muitas regalias. É ele que tem a palavra final sobre todas as nomeações de cargos na Santa Sé, podendo nomear, relocar e demitir bispos e prelados. Supremo, o pontífice ainda pode criar dioceses ou dividi-las, bem como aprovar novas ordens religiosas.
Segundo a crença dos católicos, o papa não pode ser julgado por ninguém, a não ser por Deus. Em matérias de fé e moral, suas decisões são consideradas infalíveis.
Os papas do passado já possuíram regalias dignas de reis, como o transporte em cadeiras móveis carregadas por 12 homens e ventiladores com penas de avestruz, que foram abolidas por papas recentes.
Hoje, o pontífice dispõe de uma comunidade de capelães que organizam as cerimônias e liturgias papais, além do famoso Papamóvel, carro automotor blindado utilizado para transportar o pontífice.
As luxuosas roupas exclusivas usadas pelo papa são confeccionadas artesanalmente por uma loja especializada localizada no centro de Roma. Fonte: Correio