Neste sábado (28/11), o Papa Francisco nomeou Wilton Gregory, de 72 anos, como cardeal. Ele, que é arcebispo de Washington, nos Estados unidos (EUA), agora se torna o primeiro afro-americano a ocupar o cargo. Na oportunidade, outros 12 novos cardeais também foram empossados pelo pontífice.
Os cardeais são os membros do Colégio Cardinalício, um órgão consultivo do Papa, que tem como função ajudá-lo na governação da Igreja Católica.
A posse ocorreu em uma cerimônia, conhecida como consistório, que foi consideravelmente reduzida em razão da pandemia do novo coronavírus (Covid-19). Dois deles, inclusive, estiveram ausentes, já que não puderam viajar em razão das restrições sanitárias de deslocamento.
Para participar da cerimônia na Basílica de São Pedro, cada cardeal podia convidar apenas dez pessoas; um número bem menor que em anos anteriores.
Os 11 novos cardeais presentes na cerimônia deste sábado, todos com os trajes litúrgicos vermelhos, acompanharam o momento de máscara e com distanciamento uns dos outros para evitar a propagação do vírus.
Nove dos 13 cardeais têm menos de 80 anos e são elegíveis, o que significa dizer, segundo as normas da Igreja Católica, que eles podem entrar em um conclave secreto para escolher o próximo papa entre eles, depois que Francisco morrer ou renunciar ao cargo.
Esse foi o sétimo consistório do Papa Francisco desde sua eleição, em 2013. Ele já nomeou 57% dos 128 cardeais eleitores, a maioria dos quais compartilha sua visão de uma Igreja mais inclusiva.
‘Corrupção’
Ao longo da cerimônia deste sábado, o Papa Francisco advertiu os 13 novos cardeais que receberam o título sobre a tentação de cometer atos de “corrupção” durante a vida religiosa e, principalmente, de sentir-se uma “eminência”.
“Pensem em todos os tipos de corrupção que podem encontrar na vida religiosa”, pountuou o pontífice.
“Todos amamos Jesus, todos queremos segui-lo, mas devemos estar sempre atentos para seguir em seu caminho”, acrescentou Francisco.
Ele ainda acrescentou: “Por exemplo, o vermelho púrpura do hábito cardinalício, que é a cor do sangue, pode se tornar, pelo espírito mundano, uma distinção eminente. Assim, a pessoa não se sente mais um pastor, e sim uma eminência. Quando você sentir isso, você se sentirá fora do caminho”.
Na sequência, o Papa entregou o título cardinalício, assim como o anel e o barrete aos novos cardeais.