Nesta terça-feira (11), após uma reunião com o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, o ministro da Economia, Paulo Guedes, destacou que o conselho de alguns auxiliares ao presidente Jair Bolsonaro, no que diz respeito ao que chamou de “furar” a regra do teto de gastos, estão levando o mandatário brasileiro para uma zona de “perigo”, que pode desencadear em um impeachment.

Guedes não mencionou nomes, mas defendeu o teto de gastos e garantiu que o Ministério da Economia não irá apoiar “ministros fura-teto”. O teto de gastos consiste em uma regra que limita o crescimento dos gastos da União.

“Não haverá nenhum apoio do Ministério da Economia a ministros fura-teto. Se tiver ministro fura-teto eu vou brigar com o ministro fura-teto”.

“Os conselheiros do presidente que estão aconselhando a pular a cerca e furar teto vão levar o presidente para uma zona sombria, uma zona de impeachment, de irresponsabilidade fiscal. O presidente sabe disso, o presidente tem nos apoiado”, completou Guedes.

Na sequência, o ministro ressaltou que o governo precisa fazer “a coisa certa” para que o Bolsonaro consiga ser reeleito em 2022.

“Se o presidente quiser ser reeleito temos que nos comportar dentro dos orçamentos, fazendo a coisa certa, enfrentando os desafios de reformas. Essa é a forma que um governo pode dar certo e merece ser reeleito”, frisou.

Ainda na presente data, Paulo Guedes anunciou os pedidos de demissão de dois secretários: Salim Mattar (Desestatização) e Paulo Uebel (Desburocratização, Gestão e Governo Digital).

Regra do teto de gastos

Criada em 2016 durante a gestão do ex-presidente Michel Temer, por meio de uma emenda à Constituição, a regra do teto de gastos estabelece que, no período de 20 anos, as despesas da União só podem aumentar conforme ao equivalente do gasto do ano anterior, após correção pela inflação. No conteúdo do texto aprovado no Congresso, o teto pode ser revisto após dez anos.

Entretanto, em função da crise gerada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), alguns setores políticos têm destacado que a regra deve ser alterada para permitir ao governo gastar mais do que o permitido.

A ideia é que isso seria necessário para aumentar os investimentos públicos e impulsionar a economia.

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