O crime brutal ocorrido em Vitória, no Espírito Santo, no último sábado (14) comove o país. O tio da vítima, Gleisson Pereira Miranda, 26 anos, é suspeito de matar o sobrinho, Rafael Barbosa de Melo, de 14 anos, por sua orientação sexual. Gleisson está preso e para o delegado, Rodrigo Augusto Sandi Mori, a morte de Rafael não foi um crime de homofobia. “Não dá para acreditar que foi um crime homofóbico. A família também acredita que pode ter sido uma tentativa de abuso por parte do tio, tendo sido negado pela vítima. Em razão disso, houve uma discussão, que ocasionou a morte da vítima”.
A mãe de Rafael, Vanderleia Barbosa, acredita que o cunhado queria abusar sexualmente do menor. “Acho que talvez ele queria abusar dele”, afirmou a mãe. Gleisson foi autuado por homicídio por motivos torpe, meio cruel e sem a possibilidade de defesa da vítima. Ele foi levado para o Centro de Triagem de Viana.
A história do menino
Rafael era aluno do 7º ano do Ensino Fundamental e tinha sonho de ser estilista. Ele fazia roupa de boneca e, pelo seu jeito delicado, sofria preconceito até mesmo na família. O passatempo preferido da vítima era fazer roupas para bonecas.
O crime
Rafael foi morto a pauladas e pedradas na manhã deste sábado (13), no bairro Santa Catarina, em Cariacica, Espírito Santo. Antes da prisão do suspeito, a família acreditava que o crime teria sido motivado por homofobia. Gleisson Miranda foi detido 24 horas depois do crime. Ele é irmão do padrasto do adolescente e havia se mudado para a casa da família há cerca de dois meses.
Familiares do adolescente perceberam que Gleisson não foi nem ao velório, nem ao enterro, que aconteceu na manhã deste domingo. Os policiais chegaram ao suspeito após a irmã de Rafael, uma menina de 11 anos, denunciar o tio.
“A irmã presenciou a vítima no chão, toda ensanguentada, e o tio ao lado do corpo. Logo em seguida, o tio saiu correndo em direção à mata”, disse o delegado.
A menina não falou antes porque estava com medo de ser morta, segundo a polícia. Pedras e pedaços de madeira que estavam no local onde o corpo foi encontrado foram apreendidos pela perícia para confirmar se foram usados para matar o estudante. Segundo familiares, o garoto era alvo constante de xingamentos por parte de Gleisson. Ainda de acordo com os familiares, Rafael foi visto pela última vez na companhia do tio momentos antes de ser morto. Em depoimento, ao ser preso, o rapaz negou ter cometido o crime.