Preso na noite de terça-feira (26), na região de Ibicuí, foi apresentado na manhã desta quarta-feira (27) no Distrito Integrado de Segurança Pública (Disep) de Vitória da Conquista, o pastor Edimar Santos Brito, 37 anos. Ele é acusado de mandar matar uma pastora concorrente, a prima dela e espancar o marido da vítima.
Quando a polícia se aproximava do esconderijo do “pastor”, o advogado entrou em contato e iniciou a negociação para prisão de Edmar.
O religioso é acusado de ter encomendado — a Fábio de Jesus Santos e Adriano Silva dos Santos, ambos presos -, o sequestro seguido de morte da pastora e professora universitária Marcilene Oliveira Sampaio e de sua prima, Ana Cristina Sampaio. Os crimes ocorreram em área rural que dá acesso ao município de Barra do Choça, no sudoeste baiano.
Para a imprensa, o religioso negou participação no crime, mas não quis dizer mais detalhes e alegou que só responderia ao seu advogado.
Ouça:
O delegado Marcus Vinícius falou sobre a prisão do pastor Edimar e adiantou que haverá acariação e a reconstituição do crime. Segundo versão do marido da vítima, a motivação de Edmar seria a perda de membros de sua igreja para a pastora Marcilene Oliveira.
Ouça coletiva com o delegado:
Com a prisão do pastor, a polícia civil quer concluir o inquérito e apresentá-lo à Justiça nos próximos dias.
O Crime
A morte da pastora e professora da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), Marcilene Oliveira Sampaio e da prima dela Ana Cristina, cujos corpos foram encontrados na manhã da última quarta-feira (20) foi premeditado, segundo a polícia.
O crime ocorreu na noite de terça-feira (19), na cidade de Vitória da Conquista, região sudoeste da Bahia e teria sido motivado por vingança após as vítimas, que eram colegas do pastor suspeito, Edimar Brito, terem saído da igreja dele depois de um desentendimento para fundar uma nova e levado a maioria dos fiéis.
Segundo o delegado Marcus Vinícius, titular da 10ª Coordenadoria de Polícia do Interior (Coorpin/Vitória da Conquista), “o crime foi motivado por vingança, após as vítimas terem fundado outra igreja. O pastor foi o mandante e também executor”, afirmou.
O marido da professora morta, Carlos Eduardo de Souza, também sequestrado e espancado, explicou que conseguiu escapar do carro em que estava com os suspeitos depois de provocar um acidente.
O Sequestro
A professora Marcilene Oliveira Sampaio, o marido e a prima tinham acabado de sair da igreja, na noite de terça-feira (19), e estavam a caminho do sítio onde moram quando o carro em que estavam apresentou um defeito na estrada que liga ao município de Barra do Choça.
Em depoimento, Carlos Eduardo, que também é pastor, disse à polícia que desceu do veículo e abriu o capô para verificar o que tinha acontecido quando foi abordado por três homens que chegaram em outro carro. Entre os suspeitos do sequestro estava o pastor apontado como mandante do crime.
Crime premeditado
De acordo com a polícia, os criminosos tinham como objetivo matar toda a família no sítio em que as vítimas moravam. A suspeita é de que Marcilene e os parentes já estavam sendo seguidos desde o momento em que deixaram a igreja.
Ao perceberem que as vítimas estavam paradas na estrada, os suspeitos decidiram agir. Ainda em depoimento, Carlos Eduardo afirmou que foi colocado dentro do carro dos suspeitos e seguiu pela estrada com um dos criminosos. O outro suspeito e o pastor ficaram ao lado da professora e da prima dela às margens da rodovia.
Carlos Eduardo, que estava no banco de passageiro sob a mira de um revólver, foi agredido várias vezes ao longo do trajeto pelo suspeito. No entanto, ao perceber que iria ser morto, Carlos se jogou na direção do veículo, que acabou colidindo em outro que trafegava pela rodovia. Carlos conseguiu abrir a porta e escapar pelo mato. Em seguida, acionou a polícia. Nesse tempo, as duas mulheres teriam sido mortas a pedradas.
Fabio de Jesus Santos, 34 anos, um dos suspeitos, foi preso por policiais militares minutos depois do acidente provocado por Carlos. Fábio teria confessado à polícia, a participação na ação, mas disse apenas ter dirigido o carro.
Segundo a polícia, o suspeito também apontou quem seriam os demais comparsas: Adriano Silva dos Santos, de 36 anos, e o pastor Edimar Brito. Adriano, que teria matado Marcilene e a prima dela com Edimar, foi preso na manhã desta quarta, e confessou participação no crime, apontando o pastor como mandante.