Dianteira

O governo e o PT patinaram, perderam tempo precioso na dúvida se fechavam questão sobre a cassação do presidente da Câmara Federal, vacilaram e Eduardo Cunha (PMDB-RJ) saiu na frente. Nesta quarta-feira (02/12), no uso da prerrogativa que lhe garante o cargo, o peemedebista abriu o processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff.

Desmoralizado

É o que se pode chamar de “Coisas do Brasil”. O presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que abriu o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff, cuja honestidade nem a oposição coloca em dúvida, é investigado na operação Lava Jato e, por injunções políticas, se mantém impunemente no cargo. Contra o peemedebista há provas materiais de que movimentou quase meio bilhão de reais em contas bancárias secretas na Suíça, alimentadas por propinas fruto de corrupção no setor público.

Partidarização

O posicionamento claramente partidarizado da mídia chega ao cúmulo de torná-la um instrumento de propaganda político-eleitoral da aliança demo-tucana. No afã de fortalecer as conspirações golpistas da oposição de extrema direita, faz uma cobertura jornalística demasiadamente parcial sobre a abertura do processo de impeachment. Raros foram os veículos que dedicaram algum espaço para mostrar a incoerência de a iniciativa para a deposição da presidenta Dilma Rousseff ser tomada por uma personalidade desmoralizada politicamente, investigada na operação Lava Jato e alvo de processo no Conselho de Ética da Casa, como é o presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Longe

Evidentemente, a abertura do processo de impeachment aumenta o grau de dificuldades para o governo e o PT, mas não significa, antecipadamente, vitória da oposição e muito menos a deposição da presidenta. A base governista tem mais de 300 parlamentares e precisa apenas de 171 votos para manter Dilma Rousseff no cargo.

Tramitação

Depois do acolhimento da abertura do processo de impeachment, a matéria terá de ser apreciada por uma comissão especial e, em seguida, caberá ao plenário da Câmara Federal tomar a decisão final. Para ser aprovado, precisa de 342 votos favoráveis, ou seja, a maioria qualificada dos 513 deputados da Casa. Hoje, são remotas as possibilidades de aprovação.