Não era o que o torcedor do Cruzeiro esperava, já que era dia de festa dentro do Mineirão, com a entrega da taça, e também fora, com direito a trio elétrico e muita cerveja. Sem a mesma vontade que o fez campeão com quatro rodadas de antecedência, o time foi batido neste domingo dentro de casa pelo Bahia, por 2 a 1, gols de Marquinhos e Anderson Talisca, já nos acréscimos, contra um de Vinícius Araújo para os donos da casa.
Penetra e precisando desesperadamente da vitória para escapar do rebaixamento, o time baiano nem teve de ser brilhante para cumprir a missão e se garantir na elite do futebol brasileiro por mais uma temporada. Mas justiça deve ser feita, já que Marcelo Lomba fez várias defesas importantes, repetindo o que já havia feito nas últimas temporadas no Brasileirão, se tornando peça preponderante para evitar a queda do time da boa terra. O resultado deixou o Cruzeiro com 75 pontos e, restando apenas uma rodada, o time não pode mais quebrar o recorde do São Paulo numa edição do Brasileirão com 20 clubes. Pode, no máximo, igualar a marca de 78 conseguidos pelos paulistas em 2006. Já os baianos chegaram aos 48 pontos e estão na 12ª posição, matematicamente livres do risco de queda.
Para encerrar o Brasileirão, o Cruzeiro terá o jogo de troca de faixas, já que enfrenta o Flamengo, campeão da Copa do Brasil, no Maracanã, no próximo sábado. A CBF ainda não confirmou o horário da partida. Já o Bahia cumpre tabela, em casa, contra o desesperado Fluminense, que vai precisar vencer para tentar evitar a queda. A partida sera às 17h (de Brasília), na Fonte Nova.
Festa do Cruzeiro, só fora de campo
O clima de festa nas arquibancadas e nos arredores do Mineirão parece ter contagiado os jogadores do Cruzeiro, que demonstravam pouco interesse na partida, ao contrário do Bahia, que fazia mais uma “final de Copa do Mundo” na luta contra o rebaixamento. Para piorar, logo no início, Ricardo Goulart se chocou contra Marcelo Lomba e teve que ser substituído por Willian.
Com o Bahia melhor e mais interessado em campo, não demorou para o gol sair. Aos 14 minutos, William Barbio recebeu na entrada da área e deu lindo passe para Marquinhos. O camisa 10 ganhou no corpo de Ceará e, com um toque de muita categoria, tirou de Fábio. A bola entrou mansamente para delírio dos poucos torcedores tricolores presentes num Mineirão praticamente todo azul.
Atrás no placar, o Cruzeiro passou a reter mais a bola, mas só ameaçava Lomba em chutes de fora da área, principalmente com Éverton Ribeiro. Mas o Bahia assustava mais e, justamente em um chute de longe, Talisca obrigou Fábio a fazer grande defesa. No lance em que poderia criar a jogada de maior perigo, Dagoberto preferiu se jogar na área em vez de tentar uma conclusão. Na jogada, o zagueiro Titi escorregou na frente do atacante, que já havia dado um tapa em direção à linha de fundo. Com chance de cruzar ou bater em gol, o camisa 11 optou pela simulação em lance que a arbitragem acertou em não marcar.
Se o Cruzeiro já não criava, ainda perdeu mais um jogador por lesão no primeiro tempo. Éverton Ribeiro também teve que sair e deu lugar a Júlio Baptista. No fim, o Cruzeiro ainda teve duas chances, ambas com Souza. Na primeira, ele cabeceou para fora e na segunda, já nos acréscimos, exigiu boa defesa de Marcelo Lomba em cobrança de pênalti.
Pressão, empate cruzeirense e gol baiano no fim
Atrás no placar e com o intuito de dar uma satisfação ao torcedor que fazia grande festa no Mineirão, o Cruzeiro voltou com mais atitude. Logo aos 2 minutos, linda triangulação entre Willian, Borges e Júlio Baptista acabou com finalização perigosa do camisa 10. Logo depois, aos 8, mais uma vez o árbitro André Luiz de Freitas Castro foi muito cobrado pelos cruzeirenses. Dagoberto tentou cruzamento da esquerda, mas a bola foi interceptada por um toque involuntário no braço do zagueiro Demerson. As reclamações não surtiram efeito, e o jogo seguiu.
A pressão do campeão brasileiro continuou. Se antes as melhores chances vinham em chutes de longe, na etapa final o leque foi ampliado com toques rápidos e bolas pelo alto. Em duas delas, quase seguidas, Marcelo Lomba salvou. A tarde realmente era complicada para a arbitragem. Aos 25, a auxiliar Márcia Bezerra Lopes teve a missão de anular corretamente gol de Souza. Depois de cruzamento de Egídio, a bola desviou em Vinícius Araújo, que havia entrado na vaga de Borges. Mesmo com o atacante impedido, Lomba fez grande defesa parcial e, na sobra, o volante mandou para dentro, mas o lance já estava impugnado.
De tanto pressionar, o gol do Cruzeiro saiu. Após cobrança de escanteio, Bruno Rodrigo cabeceou na segunda trave. Quase sobre a linha, Lomba defendeu, mas oportunista, Vinícius Araújo colocou para dentro. Delírio nas arquibancadas e gritos de tricampeão ecoaram no Gigante da Pampulha.
Mas o jogo ainda não havia acabado. Aos 43, Fábio fez grande defesa em chute de Diones. Porém, aos 45 minutos, em um rápido contra-ataque, Souza cruzou da direita para Anderson Talisca completar para as redes, no contrapé do goleiro. Gol que colocou números finais no placar da partida e confirmou a permanência do Bahia na Série A.
As informações são do G1.