Agredida com socos e pontapés por um colega de trabalho, a procuradora-geral do município de Registro (SP), Gabriela Samadello Monteiro de Barros, de 39 anos, ainda se recupera da dor e do trauma provocados pela violência. Trazendo no corpo, cabeça e rosto as marcas do espancamento ocorrido na segunda-feira (20), ela diz sentir-se aliviada ao saber do pedido de prisão preventiva de seu agressor, o também procurador Demétrius Oliveira Macedo, de 34 anos.

Em entrevista ao portal UOL, disse acreditar na possibilidade de seu colega não aceitar ser comandado por mulheres, já que ele vinha demonstrando descontentamento no trabalho desde 2019, quando uma mulher assumiu o cargo de chefia da Procuradoria-geral do município —cargo até então historicamente ocupado por homens.

“Ele não disse nada. Simplesmente invadiu a sala e começou a me espancar. Primeiro, ele deu uma cotovelada no meu rosto, fazendo com que eu batesse a cabeça fortemente contra a parede. Depois começaram os socos. Ele tinha muita força, eu comecei a perder os sentidos. Por mais que tentasse me proteger com os braços, ele ficava buscando acertar a minha cabeça. Eu pensei que fosse morrer, que ele ia me matar. Fui ficando desorientada e caí no chão”, relatou.

“Ele ficou uns 3, 4 minutos me espancando. Mas para mim, foram 20, 30 minutos. Teve um momento em que perdi a visão do olho esquerdo, pensei que ficaria cega. Minha cabeça sangrava e o olho também. Meus colegas estavam em choque, por sorte, um deles começou a gravar a cena com o celular”, acrescentou a procuradora.

 

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