Uma pesquisa feita nos Estados Unidos, na Europa e no Brasil mostrou que o câncer recorrente de próstata pode ser curado.

Até agora, a doença, quando aparecia pela segunda vez, após o tratamento com radioterapia, era considera incurável.

Os pacientes com o diagnóstico de tumor maligno na próstata têm duas opções de tratamento: a cirurgia para a retirada da glândula – que pode trazer complicações, como a impotência em 50% dos casos, e a incontinência urinária – ou o tratamento com radioterapia, que também pode deixar sequelas, mas em menores proporções.

Nos casos em que, após o tratamento com radioterapia, o tumor volta, a doença é considerada sem cura, e o único tratamento disponível é o da hormonoterapia, que consiste em bloquear a produção do hormônio masculino no organismo.

Isso retarda o desenvolvimento do câncer, mas não o cura, e dá sobrevida, em média, de mais dois anos ao paciente.

De acordo com um dos coordenadores do estudo, o médico Daher Chade, do Instituto do Câncer de São Paulo, a operação de retirada da próstata, após a reincidência do câncer, não era feita em razão de, geralmente, a radioterapia produzir aderências na região da glândula, o que prejudicava a cirurgia.

– O que foi descoberto com essa pesquisa é que nessa situação, os pacientes que fizeram radioterapia e o tumor voltou, a cirurgia pode ser feita com segurança.

Com a radioterapia mais moderna, a radiação ocorre mais no interior da próstata para eliminar o tumor, e causa menos aderência ao redor da glândula.

A pesquisa publicada na última semana, que começou a ser feita nos Estados Unidos há cerca de 25 anos, apresentou resultados surpreendentes para seus autores.

Cerca de 77% dos pacientes que fizeram a cirurgia após o reaparecimento do tumor estavam, dez anos após a cirurgia, sem nenhum sinal de disseminação da doença.

Outro dado importante obtido foi a constatação de que 83% dos pacientes estavam vivos uma década após a cirurgia.

Chade destacou ainda que os médicos não precisam aprender uma técnica nova para fazer cirurgia, já que o procedimento é o mesmo já usado nos casos em que o tumor aparece pela primeira vez.

– Os urologistas já sabem fazer essa cirurgia.

O que é preciso é adquirir experiência, porque, até agora, poucos cirurgiões faziam essa cirurgia porque não se sabia que ela era benéfica para o paciente.

A pesquisa analisou 404 pacientes do mundo todo que tinham, em média, 65 anos de idade.

Fonte:r7