As críticas feitas pelo deputado federal Félix Mendonça (PDT), em entrevista à Tribuna sobre a ausência de diálogo do governador Jaques Wagner (PT) com a sua base de sustentação estadual e federal, e ainda sobre a forma de condução da problemática da seca que avança no estado, foram contestadas pelos aliados governistas. Petistas também fizeram questão de pontuar que não querem subservientes ao projeto liderado pelo partido no Estado, mas “companheiros que possam ajudá-los na solução dos problemas”.

A resposta foi em alusão à declaração de Mendonça Jr., de que o partido possui os seus próprios ideais e não é subserviente ao projeto petista. O secretário estadual de Relações Institucionais (Serin), Cézar Lisboa (PT), frisou que o governo Wagner se destacou pelo “grande diferencial do diálogo” com os aliados e até mesmo com os adversários.

O líder da bancada do governo na Assembleia Legislativa, deputado Zé Neto (PT), também rebateu o pedetista sobre a suposta lacuna, existente na relação entre os deputados e o gestor estadual. O petista contra-atacou ao frisar que se o parlamentar sente essa falta de conversa, ele deve buscar resolver de maneira particular e não levar o assunto a público.

As reuniões do conselho político, com a presença das lideranças das siglas que integram o governo, as viagens do governador e de sua equipe ao interior do Estado e ainda os cafés da manhã de Wagner com os deputados foram lembrados pelo titular da Serin como forma de desconstruir as provocações do pedetista.

“Primeiro que o governador tem viajado bastante pelo interior. Segundo que o comitê de combate a seca (coordenado pelo secretário da Casa Civil, Rui Costa) também tem viajado bastante, identificando a situação nos territórios. Ainda estamos fazendo os diálogos territoriais (evento comandado pelo secretário de Planejamento, José Sérgio Gabrielli). Terceiro que temos um café da manhã previsto com os deputados federais. O grande diferencial do governador é a sua capacidade de diálogo”, enfatizou Lisboa.

O secretário também respondeu ao deputado federal ao dizer que os partidos têm autonomia para buscarem espaço e tomarem posições. “Não vejo nenhum subserviente. Todos estão dentro de um projeto comum”, frisou.

O líder governista na Assembleia também cutucou o deputado federal. Segundo ele, Mendonça é quem mais sabe o nível de diálogo que existia nos governos passados e no atual. “Acho que ele exagerou na dose. Temos feito vários encontros no esforço para que haja mais diálogos. Nesse momento de crise o governador está mais dividido entre Brasília e o interior onde se reflete essa gravidade da seca. Sempre vamos ter menos disponibilidade por conta dos compromissos, mas isso é infinitamente diferente do que ocorria no passado”, rebateu. “Se ele tiver alguma dificuldade, apesar de eu não líder da bancada federal posso ajudá-lo”, acrescentou, justificando em seguida ser desnecessário tratar do assunto através da imprensa.

Ainda segundo Zé Neto, não há porque o PDT reclamar. “É um partido que está lado a lado conosco. Longe de ser subalterno está construindo um projeto conosco, ocupando importantes espaços no governo”. Fonte: Tribuna