Longe das comemorações pelos 35 anos de fundação do PT, o ex-presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli disse ao A TARDE, na sexta-feira, 6, de Portugal, que o partido não deve se deixar intimidar com a Operação Lava jato.
As investigações apontam o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, como operador do partido no esquema de desvios de recursos públicos junto com empreiteiras, no período em que Gabrielli presidia a estatal.
Gabrielli, que participa da reunião da petrolífera portuguesa Galp, da qual é conselheiro, preferiu não fazer comentários sobre a indicação de Aldemir Bendine, ex-presidente do Banco do Brasil, para comandar a Petrobras. "Estou fora da empresa desde 2012", frisou.
Um dos fundadores do PT na Bahia e amigo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que o indicou para a Petrobras, Gabrielli defendeu que o PT "tem que manter a cabeça erguida".
"O partido tem de continuar e ser o responsável pelo importante trabalho de transformação do país, como uma melhor distribuição de renda, acesso da população a programas sociais e a expansão da economia", enumerou o petista.
Direito de defesa
Embora Gabrielli não seja investigado formalmente pela Lava-jato, foi sob sua gestão que atuaram as empresas acusadas de corrupção e desvios de recursos públicos em contratos firmados com a Petrobras. Ele, inclusive, tem seu nome citado por alguns dos acusados beneficiados pela delação premiada.
Sobre isso, Gabrielli diz que seu direito de defesa vem sendo cerceado. "Estou sendo julgado antes mesmo de haver acusação formal", protestou o ex-presidente da Petrobras, entre 2005 e 2012.
Gabrielli voltou a negar que tenha indicado o ex-gerente da Petrobras Pedro Barusco para a Sete Brasil, explicando que é empresa privada, da qual a Petrobras só tem 5% do capital.
Indagado sobre a decisão da Justiça do Rio de Janeiro que decretou a quebra do seu sigilo bancário e fiscal e o arresto de seus bens, Gabrielli, que retorna hoje ao Brasil, afirmou que "sequer foi citado" pela Justiça para poder fazer a sua defesa.*A Tarde