A Polícia Federal (PF) lançou um alerta neste fim de semana para quem estiver ajudando a prefeita de Bom Jardim (MA) a se esconder: vai ser tratado como integrante de organização criminosa. Lidiane Leite (PP), de 25 anos é suspeita de desviar dinheiro público da educação no município e foragida há quatro dias.

Prefeita de Bom Jardim

“Pelo tempo que ela está desaparecida, é muito provável que ela esteja recebendo o auxílio de outras pessoas. Isso pode fazer com que essas pessoas sejam incluídas na organização criminosa que se investiga”, disse o superintendente da PF no Maranhão, Alexandre Saraiva, em entrevista ao G1.

Para capturar a prefeita, a vigilância foi reforçada em rodoviárias, aeroportos e rodovias do estado, além de fazendas de amigos dela, que poderiam servir de refúgio. A repercussão nacional do caso acelerou a operação.

Entenda o caso
A prefeita está foragida desde que foi iniciada a Operação Éden, da PF, que apura fraudes em licitações, desvio de dinheiro da merenda escolar e transferências bancárias irregulares na cidade que tem 39.049 habitantes e fica a 275 km da capital maranhense, São Luís.
Na última quinta-feira (20), foram presos o ex-secretário de Agricultura, Antônio Gomes da Silva, conhecido como “Antônio Cesarino”, e de Assuntos Políticos, Humberto Dantas dos Santos, conhecido como Beto Rocha, ex-namorado da prefeita.

A polícia investiga transferências de cerca de R$ 1 mil realizadas da conta da prefeitura para a conta pessoal de Lidiane que chegam a R$ 40 mil em um ano. Também foram feitas transferências para o advogado da prefeitura, Danilo Mohana, que somam mais de R$ 200 mil em pouco mais de um ano.
Além da prefeita, secretários, ex-secretários e empresários também estão sendo investigados por causa de irregularidades encontradas em contratos firmados com “empresas-fantasmas”. Houve duas licitações para reformar 13 escolas, pelas quais a Zabar Produções obteve R$ 1,3 milhão e a Ecolimp recebeu R$ 1,8 milhão. Nenhuma das empresas foi encontrada.

Em 2013, a prefeitura firmou contrato com 16 agricultores para o fornecimento de merenda escolar nas escolas municipais, pelos quais cada agricultor receberia em média R$ 18 mil por ano. Os produtores afirmaram que não receberam os pagamentos.