Cercado por policiais da Divisão de Captura da Polícia Civil, o jornalista Antonio Marcos Pimenta Neves se entregou por volta das 20 horas de terça-feira, 24.
Os agentes chegaram à residência, no bairro de Santo Amaro, zona sul da capital paulista, às 18h30 para cumprir a determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).
Cerca de uma hora depois, enquanto cercavam a residência e tentavam um acordo para que ele se entregasse, foram convidados a entrar.
Sem mandado judicial e devido ao horário, eles não podiam invadir a residência.
O mandado de prisão será cumprido nesta quarta, 25.
Na terça, os ministros da 2ª Turma do STF concluíram que as possibilidades de recurso acabaram e que agora Neves tem de começar a cumprir a pena de 15 anos de reclusão em regime inicialmente fechado pelo assassinato da também jornalista Sandra Gomide, sua ex-namorada, ocorrido no dia 20 de agosto de 2000, em um haras localizado na cidade de Ibiúna (SP).
“É chegado o momento de cumprir a pena”, afirmou durante o julgamento o ministro Celso de Mello, relator do caso no STF.
“É um fato que se arrasta desde 2000 e é chegado o momento de se por termo a este longo itinerário já percorrido.
Realmente esgotaram-se todos os meios recursais”, disse.
“Eu entendo que realmente se impõe a imediata execução da pena, uma vez que não se pode falar em comprometimento da plenitude do direito de defesa, que se exerceu de maneira ampla, extensa e intensa”, completou o ministro, explicando que Neves teve garantidas todas as possibilidades de defesa e recursos.
A ministra Ellen Gracie, que costuma participar de encontros internacionais de Justiça, disse que o caso Pimenta Neves é um dos mais difíceis de ser explicado no exterior.
Foi dela a sugestão para que o STF determinasse ao juiz de Ibiúna a imediata execução da pena.
“Como justificar que, num delito cometido em 2000, até a terça não cumpre pena o acusado?”, indagou a ministra.
Celso de Mello disse que a defesa do jornalista valeu-se de todos os recursos possíveis para contestar a condenação.
Ellen Gracie e o ministro Carlos Ayres Britto afirmaram que a quantidade de recursos apresentada pela defesa de Pimenta Neves foi exagerada.
O ministro Gilmar Mendes, disse que o caso Pimenta Neves é “emblemático”.
Na época do crime, o casal tinha rompido um relacionamento de quase três anos.
Os dois trabalharam no Grupo Estado.
Pimenta foi diretor de redação e Sandra editora do caderno de Economia.
Ela morreu ao ser atingida por dois tiros, um na cabeça e outro nas costas.
* Fonte: A Tarde