Apesar dos diversos atos pró-governo que pediram a saída do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), nesta quinta-feira, 20, em todo o país, a medida não é vista com bons olhos pelo próprio Palácio do Planalto, pelo menos é o que afirma a colunista Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.

Para os membros do governo Dilma Rousseff (PT), o parlamentar perdeu força por conta da postura polêmica adotada nos últimos meses e agora com a denúncia de que teria participado do esquema de corrupção investigado pela Lava Jato.

Segundo a colunista, os grupos econômicos que antes apoiavam Cunha agora o enxergam com desconfiança, graças à sua disposição em acionar as chamadas “pautas-bomba”, que geram mais gastos para o Executivo. Assim, sua saída poderia ser um tiro no pé.

Ainda de acordo com a publicação, governistas não têm força para eleger um possível sucessor e poderiam encontrar um novo comandante do Legislativo com mais força e prestígio. Portanto, o Planalto não estaria tão interessado que ele saia do cargo: mesmo com a vontade de tirar a chapa Dilma/Temer do poder, poucos querem assumir o risco de ter Cunha como presidente por 90 dias, até a realização de novas eleições.