O PMDB não quer o presidente Luiz Inácio Lula da Silva de cabo eleitoral de adversários petistas nas eleições estaduais.

É este temor que está por trás do adiamento da festa para anunciar a chapa presidencial de Dilma Rousseff (PT) com o PMDB do deputado Michel Temer na vice.

Dilma até preparou jantar de homenagem a Temer na terça-feira, mas em vez da confirmação da data de 15 de maio para comemorar a parceria, o encontro produziu o que um dirigente peemedebista batizou de “aliança da desconfiança”.

A cúpula petista adiou para junho a definição da chapa ao governo de Minas, que Hélio Costa insiste em encabeçar na condição de líder nas pesquisas para governador.

Vencedor das prévias mineiras, o ex-prefeito Pimentel foi a Brasília quarta-feira para dizer que abriria mão da candidatura em favor do PMDB do Costa.

Mas não fez o anúncio.

Peemedebistas cobram “rédeas” nos petistas.

O argumento é de que não podem colocar Temer como vice de Dilma e ver candidatos do PMDB nos Estados massacrados pela popularidade do presidente Lula, subindo nos palanques dos petistas.

Temer avisou Dilma, durante o jantar, que o PMDB só faria o encontro nacional para aclamá-lo candidato a vice dia 12 de junho, véspera da convenção do PT.

O presidente do PMDB precisa ter argumentos políticos para fechar o apoio de regionais mais rebeldes que vivem se engalfinhando com petistas.

É o caso da regional gaúcha, em que o PT do ex-ministro Tarso Genro vai enfrentar o PMDB do ex-prefeito de Porto Alegre José Fogaça.

A situação é semelhante na Bahia, onde o deputado Geddel Vieira Lima vai disputar com o atual governador Jaques Wagner (PT).