Após denúncias de que uma igreja na cidade de Teixeira de Freitas estaria distribuindo para a população medicamentos utilizados no tratamento contra os sintomas provocados pelo novo coronavírus (Covid-19), as vigilâncias sanitárias do Estado da Bahia, bem como do município, realizaram uma ação conjunta de fiscalização na região, na última segunda-feira (13).

Nesta quarta-feira (15), a Secretaria de Saúde do Estado (Sesab) divulgou uma nota ressaltando que as equipes de fiscalização impediram a distribuição dos medicamentos, em virtude do local não possuir farmacêutico e nem alvará sanitário. Também foram levadas para análise, algumas amostras dos remédios manipulados.

No entanto, a prefeitura de Teixeira de Freitas disse, após a ação de fiscalização, que a distribuição dos “kits de medicamentos” faziam parte de uma iniciativa formada por empresários e médicos locais.

O vice-prefeito da cidade, Lucas Bocão, gravou um vídeo comentando sobre o episódio: “Vocês estão errados, se o Ministério da Saúde tá dizendo que pode prescrever, pode prescrever e ponto final. O medicamento tem que ser entregue sim à população”. (veja o vídeo no final da matéria).

O Ministério Público (MP) foi acionado para avaliar a iniciativa e, com isso, adotar as medidas cabíveis no caso.

Fake News x Coronavírus

Ainda na nota da Sesab, é destaco que, desde o início da crise sanitária provocada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19), os brasileiros, sobretudo, por meio das redes sociais, são bombardeados diariamente com notícias sobre medicamentos “milagrosos”, que supsotamente estariam curando ou prevenindo a infecção causada pela doença.

A Sesab salienta que, um dos grandes perigos é que diversos grupos estão espalhando muitas ‘fake news’ (notícias falsas) a respeito da temática, visando “confundir a população ou criar atritos políticos, se aproveitando da boa fé, do desespero e medo das pessoas, até mesmo para lucrar financeiramente”, fris a secretaria.

A pasta estadual enumera que, “três dessas substâncias são mais recorrentes nas conversas sobre o assunto: cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina”.

“Vale destacar que há uma evolução muito grande nos modos de tratamento, visto que é uma doença nova e toda a comunidade médica e científica aprende diariamente. Os médicos especialistas procuram organizar protocolos de tratamento para não prejudicar os pacientes com remédios experimentais. O Instituto Couto Maia, por exemplo, que é um dos principais hospitais na Bahia no atendimento a pacientes graves com diagnóstico de Covid-19, possui protocolo clínico disponível no site www.institocoutomaia.com.br e não utiliza cloroquina, hidroxicloroquina ou ivermectina no tratamento”, acrescenta a Sesab.

O secretário estadual de Saúde, Fábio Vilas-Boas, alerta que “não existe comprovação científica da eficácia desses medicamentos no combate ao coronavírus. Ao contrário do que alguns tem difundido, existem evidências de que os remédios podem fazer mal à saúde”.

Assista abaixo o vídeo feito pelo vice-prefeito de Teixeira de Freitas:

https://www.youtube.com/watch?v=DewvMElLvwg&feature=emb_logo
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