A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o suposto estupro de uma mulher que estava detida na delegacia de Canarana, município localizado a 523 quilômetros de Salvador, no dia 11 de março. A denúncia foi feita pela diarista na quinta-feira (14), na 14ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior (Coorpin/Irecê), onde foi realizado um exame de corpo de delito. O agente nega as acusações. Ele afirma que a mulher estava alcoolizada e tentou beijá-lo.
Segundo informações da imprensa local, a diarista, de 40 anos, contou que estava em um bar quando foi conduzida por policiais militares para a delegacia da cidade após se envolver em uma confusão com outra mulher. Um escrivão de plantão teria pedido ao carcereiro que a liberasse.
A diarista teria se descontrolado na delegacia, tendo de ser contida pelos policiais. No entanto, após abrir a porta da cela onde a diarista ficou detida, o carcereiro a teria forçado a entrar em outra sala, obrigando-a a tirar a roupa e, em seguida, abusado sexualmente dela.
Com medo, a diarista teria procurado a polícia somente na quinta-feira (14) para prestar queixa sobre o fato. A delegada Marinalva de Jesus da Silva, no entanto, estava em Salvador, de onde retornou na segunda (18). Ao ser procurada pelo Correio24horas, a titular da Delegacia de Canarana não quis prestar esclarecimentos sobre as denúncias.
Segundo a assessoria de comunicação da Polícia Civil, ouvida pela delegada Marinalva na tarde de ontem (18), a diarista disse não se recordar claramente dos acontecimentos, mas sustentou a acusação de que foi violentada pelo carcereiro, que tem 30 anos.
De acordo com a Polícia, a diarista foi conduzida para a delegacia no dia do suposto estupro por policiais que presenciaram uma briga entre ela e outra mulher na praça da cidade. Ao chegar ao local, os policiais verificaram que a diarista estaria bêbada e a levaram para a delegacia.
Ainda segundo a Polícia, a vítima da agressão foi liberada, mas teria escolhido permanecer na delegacia para prestar esclarecimentos no dia seguinte por livre e espontânea vontade.
Ainda conforme a Polícia Civil, o carcereiro relatou que estava jantando quando a mulher começou a gritar. Ele teria pedido, então, que a diarista se acalmasse ou fosse embora da delegacia e retornasse no dia seguinte. A mulher teria se recusado a ir embora e, segundo a assessoria da polícia, dito ao carcereiro que queria "dar um beijo na sua boca".
O servidor também teria recusado as investidas da mulher. Antes de partir, ela teria ameaçado o carcereiro ao dizer que ainda iria "aprontar" para voltar ao local. A mulher retornou na quinta-feira (14), acompanhada pelo patrão, quando o acusou de estupro.
Além do inquérito instaurado pela Polícia Civil, o carcereiro acusado de cometer o crime foi afastado da delegacia. Ele foi devolvido à Prefeitura do município, onde era servidor, retornando para sua função anterior. O resultado do exame realizado pela diarista para confirmar a existência do abuso sexual deve ficar pronto nesta sexta-feira (22). Fonte: Correio