O primeiro corpo que foi encontrado carbonizado dentro de um carro na região de Simões Filho pode ser do italiano Luca Romania, 41, que está desaparecido desde o último dia 24 de agosto. A Polícia Civil investiga essa possibilidade, bem como se o segundo corpo seria de um outro rapaz identificado como Davi Guedes Santos. As identificações estão sendo realizadas pelo Departamento de Polícia Técnica (DPT).

Sobre o suposto corpo do italiano, através de um raio-x da arcada dentária enviada pela família dele na Itália ao DPT, foi possível encontrar uma compatibilidade com um dos corpos, conforme relatou o Consulado Honorário da Itália, em Salvador.

Entretanto, para ser de fato confirmado, o cônsul Andrea Garziera explicou que o procedimento precisa ser oficializado, visto que, é necessário que o raio-x seja reconhecido como documento na Itália, traduzido por profissional autorizado e encaminhado ao DPT através do consulado.

Já em relação aos restos mortais que seriam de Davi, a assessoria de comunicação do DPT informou na quarta-feira (4) ao jornal Correio que um integrante da família esteve na terça-feira (3) no DPT para coleta de amostra de DNA. A possibilidade do segundo corpo ser de Davi surgiu após os investigadores descobrirem que o carro onde os corpos foram encontrados foi alugado por ele. O proprietário do veículo já foi ouvido na 22ª Delegacia.

A assessoria da Polícia Civil disse que Davi também está desaparecido, mas seus parentes, até o momento, não prestaram queixa do sumiço em nenhuma unidade policial.

As vítimas foram encontradas carbonizadas dentro de um veículo Chevrolet Onix, na rotatória da Coca-Cola, no domingo (25). O crime é investigado por agentes da 22ª Delegacia (Simões Filho). Por conta do estado dos corpos, não é possível identificar nem o sexo das vítimas.

Desdobramento

Segundo informações do jornal Correio, uma pessoa que atua na Justiça baiana apurou que em 2007 o governo brasileiro recebeu um pedido de cooperação da embaixada italiana. O documento, emitido pela Procuradoria da República de Catânia, distrito da Sicília, na Itália, pedia que Luca Romania fosse interrogado em terras brasileiras sobre um suposto envolvimento com tráfico internacional de drogas. O documento aponta ainda que, como prova da acusação, havia trecho de uma conversa entre o italiano e um tio. Não há informações sobre a conclusão da investigação.

Um funcionário da Polícia Federal, em conversa com o jornal, teria informado que, por conta da prisão, foi instaurado um inquérito de expulsão para que ele deixasse o país. No entanto, “como foi constatado que ele possuía um filho brasileiro anterior à condenação, isso o impediu de deixar o Brasil”.

Condenação
Em 2007, na Bahia, Luca foi preso em flagrante por associação ao tráfico de drogas. A prisão foi realizada por agentes da 9ª Delegacia (Boca do Rio). No ano seguinte, veio a condenação: a seis anos de reclusão e multa – no entanto, a pena foi convertida em prisão domiciliar. A defesa dele recorreu e, durante o trâmite de julgamento em segunda instância, o italiano foi beneficiado por um habeas corpus, respondendo pelo crime em liberdade.

O italiano ainda era réu de outros dois processos. O primeiro foi instaurado em 2007 na Delegacia Especializada de Repressão ao Crime contra Criança Adolescente (Dercca), e tem como vítima o próprio filho. Luca era acusado de lesão corporal relacionado à violência doméstica.

O segundo processo diz respeito à guarda do menino, que tramita na 10ª Vara de Família.

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