A Polícia Civil cometeu um erro na transcrição de uma escuta telefônica anexada ao inquérito policial que resultou na prisão da médica Virgínia Soares de Souza, chefe da UTI do Hospital Evangélico, em Curitiba, acusada de induzir a morte de pacientes. A palavra "raciocinar" foi transcrita como "assassinar" no documento, ao qual o jornal O Estado de S. Paulo teve acesso.

Virgínia foi presa no dia 19, acusada de homicídio qualificado. O advogado de defesa, Elias Mattar Assad, apontou o erro como um dos fatos que "fizeram diferença e provocaram a prisão temporária e em seguida, preventiva" de sua cliente. "Podemos afirmar que esse erro foi o marco inicial do processo de demonização dela", disse.

No texto transcrito de uma conversa gravada pela polícia às 15h29 do dia 24 de janeiro, entre a médica e outra pessoa de nome Rodolfo, Virgínia teria dito: "Nós estamos com a cabeça bem tranquila pra raciocinar, pra tudo, né". Mas na transcrição do diálogo, ela diz "assassinar" em vez de raciocinar.

A Polícia Civil informou por meio de nota que "em meio aos autos há uma corrigenda substituindo o verbo ‘assassinar’ por ‘raciocinar’". A correção teria sido feita no sábado passado (23/02).

A delegada do Núcleo de Repressão aos Crimes Contra a Saúde (Nucrisa) Paula Brisola manteve o silêncio sobre o caso e reafirmou que falará sobre o assunto somente depois de conversar com os familiares de Ivo Spitzner, Paulo José da Silva, Pedro Henrique Nascimento, André Luis Faustino e Luiz Antônio Propst, que morreram entre os dias 24 e 28 de janeiro deste ano na UTI do hospital. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.