Atualmente, cerca de 463 milhões de pessoas com idades entre 20 e 79 anos possuem diabetes no mundo, 38 milhões a mais em comparação com 2017. O diabetes tipo 2 (versão muito associada a um estilo de vida não saudável) é responsável por quase 90% dos diagnósticos. Nesse ritmo, estima-se que em 2030, 578 milhões de pessoas serão diabéticas no mundo e, em 2045, 700 milhões.

Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (14), em alusão ao Dia Mundial do Diabetes, celebrado anualmente nesta data. A informação vem da nona edição do Atlas de Diabetes, documento produzido a cada dois anos pela Federação Internacional de Diabetes (IDF, na sigla em inglês), que mapeia a dimensão da doença em 138 países.

“A principal informação que o Atlas traz é um crescimento importante da doença, principalmente aqui [Brasil]”, pontuou o endocrinologista Laércio Joel Franco, professor da Universidade de São paulo (USP). Ele participou do comitê organizador do levantamento.

O diabetes é uma doença, na maioria dos casos, silenciosa caracterizada por níveis elevados de açúcar no sangue, entre as complicações o diabetes por causar desde infarto até amputações de membros.

Em relação ao último Atlas, o Brasil apresentou um crescimento de 31% na população com diabetes. No resto do mundo, essa taxa ficou em 9%. O Brasil fica atrás apenas da China, Índia, Estados Unidos e Paquistão.

Presentemente, cerca de 11,4% dos adultos brasileiros sofrem com a glicemia alta. Nas últimas décadas, a incidência do problema nas nações de baixa e média renda aumentaram significativamente. Segundo Franco, essa alta “ocorre porque as pessoas estão vivendo mais, mudando os hábitos e engordando”, pontua

O endocrinologista explica também que nos países desenvolvidos esse fenômeno já aconteceu há décadas atrás e existem países que conseguem estabilidade da doença. “Na Europa, o diabetes está quase se estabilizando”, exemplifica.

Entretanto, a América Central e a do Sul estão numa curva ascendente.

Diabetes tipo 1

Hoje, o Brasil sedia a terceira maior população de crianças e adolescentes no mundo com diabetes tipo 1. No total, são 95.800 jovens, abaixo dos 20 anos, portadores dessa versão da doença que ataque desde o próprio sistema imunológico ao pâncreas. No patamar da lista estão Estados Unidos (EUA) em primeiro lugar, seguido da Índia em segundo.

Por fim, apesar do crescimento, o especialista estima que não haja maior risco de desenvolver essa modalidade de diabetes entre a população brasileira.

“O que realmente preocupa é o fato de o tipo 2 estar surgindo nas idades mais baixas, em geral por excesso de peso. Isso é algo que pode ser evitado”, alerta.

0 0 votos
Article Rating