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De acordo com a Folha de São Paulo, o ex-­presidente Luiz Inácio Lula da Silva contou a seus aliados que já rejeitou duas vezes o convite da presidente Dilma Rousseff para integrar seu ministério. A mais recente recusa, segundo um de seus interlocutores, aconteceu na manhã desta sexta­-feira (11).

Lula afirmou que, desde então, emissários da presidente insistem para que aceite a proposta dela. Ele pediu prazo até segunda (14). Mas reafirmou a esses mensageiros que não pretende assumir um ministério.

Um de seus interlocutores resume o raciocínio de Lula afirmando que, para ele, poderia ser um “abraço de afogados”. Nas conversas, Lula disse que a crise não será resolvida apenas com sua chegada ao ministério sem que haja uma profunda mudança na equipe econômica.

Ele avalia, segundos seus interlocutores, que sua nomeação não reverteria um processo pelo impeachment, especialmente se o encontro do PMDB apontar para uma ruptura com o governo. A seus colaboradores, Lula manifestou preocupação com a hipótese de o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), aderir à tese de impeachment. Ele viu indícios desse risco no encontro com o peemedebista.

A pelo menos um interlocutor, Lula se disse comovido com a situação porque ela “não mereceria esse fim”.

Lula pediu a Dilma tempo para dar sua resposta. Mas, nessas conversas, disse que sofreria desgaste caso aceitasse o convite, já que poderia ser encarado como uma tentativa de escapar de um pedido de prisão.

O ex-presidente revelou a aliados que Dilma o convidou para ocupar a pasta de sua preferência no governo. Ele disse ter pedido prazo até segunda (14) para responder se aceita o convite para virar ministro.

Dilma, segundo relatou o petista em reunião com líderes do PT, disse que não se sentirá diminuída caso ele venha ter status de “superministro”. Lula, na mesma reunião, afirmou ter ficado comovido com a atitude da presidente. Ele disse que Dilma mostrou­se leal a ele em um momento de dificuldade.