O bombeiro Jairo Silveira, 45 anos, 20 deles dedicados à profissão, recebeu um chamado inesperado na manhã desta terça-feira (10). Amigos de uma grávida de 21 anos ligaram para o 193 para pedir ajuda. A mulher estava com dores e contrações de intervalos curtos em sua casa, no bairro Rubem Berta, em Porto Alegre. Ela estava a poucos minutos de dar à luz.
Esta foi a segunda vez que o bombeiro Jairo ajudou a realizar um parto por telefone, mesmo assim ele relata com emoção o desfecho da história: "Graças a Deus deu tudo certo. Da outra vez também deu", contou ele em contato com o G1.
Por volta das 8h30, o número de emergência dos bombeiros recebeu a ligação de uma amiga da grávida. Antes, ela tentou chamar uma ambulância do Samu, mas recebeu como resposta que a situação não era emergencial, então não seria feito deslocamento para atendimento. Segundo a gerente do Samu, Rosane Mortari Ciconet, as respostas dadas às perguntas feitas pela médica de plantão durante o telefonema não se configuraram em um parto iminente. "A médica orientou a paciente a ir a um serviço de saúde. Depois houve outra ligação, mas quando a telefonista tentava transferir, a chamada era interrompida. Não se conseguiu falar novamente com o solicitante", explicou.
Um contato também foi feito com um batalhão de polícia próximo, que estava sem viatura no momento.
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Foi então que Jairo entrou em ação. Informado pela amiga da grávida que as contrações estavam ocorrendo de cinco em cinco minutos e que ela sentia muita dor, o bombeiro pediu calma. "Perguntei se a bolsa já havia se rompido, e ainda não havia. Pedi que ela relaxasse e fizesse o mínimo de força possível para segurar o bebê", relatou.
Depois das primeiras orientações, Jairo desligou o telefone para verificar se havia algum veículo à disposição para fazer o deslocamento até a casa de mãe e depois até um hospital. Mas só havia caminhões no pátio. Minutos depois, os bombeiros receberam uma nova ligação. Era outro amigo da grávida, informando que o bebê havia nascido.
O telefonema foi encaminhado para Jairo que, ao mesmo tempo, foi avisado por um colega que uma viatura estava em deslocamento até a casa de Denise. "Pedi para ele colocar o bebê sobre o peito da mãe, enrolado em um pano, e pedi para amarrar o cordão umbilical", lembrou. "Ele tinha cortado o cordão deixando o espaço de três dedos, mas tinha que ser no mínimo um palmo. Então pedi para amarrar para não ter problemas", completou.
A mãe deu à luz uma menina. A viatura enviada pelo Corpo de Bombeiros chegou pouco tempo depois do nascimento e encaminhou mãe e filha para o Hospital Conceição. As duas passam bem.