Subiram para 113 os registros de manchas de óleo em praias do Nordeste, conforme informações do mais recente levantamento divulgado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama), no domingo (29). No total, até o momento, oito estados nordestinos registraram casos de óleo na praia. Ao menos 13 animais foram atingidos.

Uma investigação do Ibama aponta que o óleo que está poluindo as praias têm a mesma origem, entretanto, ainda não é possível afirmar de onde ele viria. De acordo com a Petrobras, trata-se de óleo cru, substância não produzida no país. Por isso, a suspeita é de que o petróleo tenha vindo de navios que passam pela região, segundo informações da Agência Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco (CPRH), que está analisando imagens de satélite do mar. A pesquisa, no entanto, ainda está em estágio inicial.

As manchas começaram a aparecer no início de setembro. Até quinta-feira (26), eram aproximadamente 99. Na sexta (27), o número subiu para 109, e agora, chegou a 113.

Os locais atingidos em cada estado, segundo o Ibama, são: Alagoas (11 locais); Ceará (8 locais); Maranhão (11 locais); Paraíba (16 locais); Pernambuco (19 locais); Piauí (1 local); Rio Grande do Norte (43 locais); Sergipe (4 locais).

Animais afetados

O número de animais afetados também cresceu. O óleo já atingiu ao menos 12 tartarugas e uma ave da espécie bobo-pequeno ou furabucho (Puffinus puffinus), conhecida pela longa migração. Três tartarugas foram encontradas vivas e nove foram encontradas mortas ou morreram após o resgate. A ave também não resistiu ao óleo.

Análise da Substância

Em entrevista ao G1 na última sexta (27), o diretor da Agência Estadual de Meio Ambiente de Pernambuco, Eduardo Elvino, explicou que o órgão está atuando em conjunto com a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), com o objetivo de identificar possíveis fontes do vazamento.

O trabalho envolve analisar imagens de satélite que abrangem 187 quilômetros do litoral dos estados de Pernambuco e Paraíba. De acordo com Elvino, ainda não é possível apontar quais navios podem ser responsáveis pela tragédia ambiental porque a análise está em estágio inicial.

Sobre a substância, o coordenador do sindicato dos trabalhadores na indústria do petróleo de Pernambuco e Paraíba (Sindipetro PE/PB), Rogério Almeida avaliou como “um óleo grosso, quase um piche”. E completou: “pode ser rejeito de um navio após a limpeza dos tanques”, disse.

Ainda segundo Elvino, com a identificação das correntes marinhas, “existe a possibilidade de identificar o navio que fez a referida rota” e tentar rastrear se “o piche encontrado nas praias faz parte do combustível dos navios”. Pela legislação, segundo o diretor, o produto deve ser descartado nos portos, onde empresas especializadas recolhem o material.

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