Foto: Carolina Motta/Bahia no Ar.

Com palavras de ordem e pedido de apoio da comunidade, servidores da Superintendência de Trânsito e Transporte (STT) de Camaçari, realizaram na manhã desta quarta-feira (26), uma manifestação no centro da cidade, depois de fazer campana no centro administrativo. Segundo eles, o grupo não foi recebido pelo prefeito Ademar Delgado, bem como quaisquer outros representantes do governo municipal.

A categoria decidiu em assembleia, paralisar as atividades das 8h da manhã de hoje até o mesmo horário da quinta-feira (27). A intenção é de tentar iniciar negociações referentes a melhorias nas condições de trabalho dos agentes de trânsito, de transporte e administrativo.

Durante os pronunciamentos na passeata, os trabalhadores convocados através do concurso público de 2010, fizeram algumas denúncias. De acordo com o desenhista técnico, Gerson Santana, o município possui um projeto para implantação de uma escola pública de trânsito na cidade, para que os moradores pudessem participar das aulas de direção gratuitamente. Porém, segundo ele, o projeto foi vetado por questões políticas.

Também foi revelado de cima de um mini-trio, que os diretores e postos de alto escalão da superintendência, na maioria dos casos, são assumidos por pessoas indicadas e que não dispõem de conhecimento técnico sobre trânsito e transporte.

Sobre a Ouvidoria do órgão, os manifestantes foram categóricos ao declararem que o setor existe apenas de fachada e que nenhuma das demandas comunicadas pela comunidade é apurada.

Um dos manifestantes revelou que desde novembro de 2013 tentam negociar melhores condições de trabalho e para isso foi criada uma comissão, seguindo a sugestão do superintendente Claudécio Taroba. No entanto, três meses se passaram e nem Taroba e nem o prefeito ouviram as demandas da categoria, até então.

Dentre as reclamações e benefícios requeridos, está o repasse por insalubridade, segurança, pontos de apoio com sanitários e disponibilização de protetor solar, uma vez que atuam expostos às condições climáticas, muitas vezes sob sol forte.

Eles alegaram ainda que o efetivo está muito abaixo do que atenderia devidamente o município. Segundo informações de uma servidora, o quadro é composto por 129 profissionais, divididos entre 75 agentes de trânsito, 39 de transporte e 15 do setor administrativo.

Os manifestantes seguiram novamente para a prefeitura, onde pretendem ficar e serem atendidos. Caso a comissão não seja recebida e as negociações não avancem, outras paralisações devem acontecer. Também não está descartada a hipótese de greve.

STT E COMUNIDADE

Os agentes de trânsito e transporte de Camaçari sempre foram alvo de severas críticas da população, incluindo condutores e pedestres.

O trabalho desempenhado pelos profissionais da Superintendência de Trânsito e Transporte (STT) geralmente é classificado como falho.

Muitos pedestres afirmam que esperam bastante tempo nas faixas, para que seja sinalizada a travessia. “Eles sempre dão preferência aos carros, isso quando não estão de distraídos, batendo papo, sem prestar atenção no serviço”, disparou a aposenta Darci Lima.

Antipatizados por parte dos motoristas, os agentes são vistos como despreparados e arbitrários. “Eles pararam, foi? Ninguém notou. Pensam que as ruas são deles e saem multando de qualquer jeito. Precisam melhorar muito”, alfinetou Maurício Santana, auxiliar de produção.