Tema de debate na última sessão ordinária realizada na Câmara de Vereadores de Camaçari, as pedras portuguesas que pavimentam as principais calçadas na cidade podem estar com os dias contados. A beleza que o mosaico português confere a determinados cenários urbanos do município está levando a pior na queda de braço com o quesito mobilidade, pois o tipo de piso que deve substituí-lo é mais rente e uniforme, o que deve proporcionar mais segurança aos transeuntes.

A questão foi trazida à discussão pelo vereador Flávio Matos (DEM), cuja indicação apresentada solicitava do poder público a “retirada das pedras portuguesas das calçadas do centro comercial e administrativo”. Ele justificou o pedido afirmando que essas calçadas representam um perigo aos cidadãos da terceira idade. “Os idoso sofrem com quedas nesses lugares. São verdadeiras armadilhas”, descreve.

O presidente da Câmara, vereador Oziel, defendeu do mosaico português. “As pedras portuguesas são um patrimônio da cidade, tem valor histórico. Não podem simplesmente ser descartadas. A retirada pode empobrecer a estética do local, tirar o brilho”, observa, acrescentando que só concorda com a retirada se as pedras forem destinadas a pavimentar outro local.

A reportagem do portal Bahia no Ar conversou com a secretária de Infraestrutura e Habitação, Joselene Cardim, que informou a intenção do governo municipal em realizar a substituição das pedras portuguesas. “A tendência é que elas deixem de existir, porque estão fora do padrão de mobilidade urbana. Estamos realizando a requalificação de 31 ruas na sede da cidade e em alguns desses locais a retirada das pedras portuguesas está inclusa no processo de adequação às normativas de acessibilidade”, explica.

A Seinfra confirma também que a calçada em torno do Centro Administrativo de Camaçari, onde está localizada a Prefeitura Municipal e outros órgãos vinculados aos poderes executivo e judiciário, está na lista de paisagens que serão alteradas com a retirada do mosaico português.

Sobre o destino das pedras, Joselene Cardim informa que todas são guardadas para serem usadas em reposições em outros locais. Pelo menos tem sido assim até que a esperada extinção ocorra e não haja mais necessidade de reposição.

 

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