O suspeito de matar o coreógrafo e bailarino baiano Augusto Omolú foi preso na sexta-feira (2). Através da assessoria, a Polícia Civil informou que os detalhes da prisão serão apresentados às 10h desta segunda-feira (5), no Centro Adminitrativo da Bahia (CAB).

Genildo Lawinscky

Augusto Omolú foi encontrado morto no dia 2 de junho, no sítio onde morava, na praia de Buraquinho, que fica em Lauro de Freitas, região metropolitana de Salvador. Segundo as informações de amigos e parentes do artista, o corpo de Omolú foi achado com marcas de perfurações

A vítima tinha 50 anos e era professor, bailarino e um dos coreógrafos do Balé do Teatro Castro Alves (BTCA). O corpo dele foi velado no foyer do TCA, no Campo Grande. Ele foi enterrado na Ordem Terceira de São Francisco, na Quinta dos Lázaros.

Protesto

Mais de 100 pessoas, entre amigos, familiares e artistas, se reuniram um dia após a morte de Omolú, na porta da Escola de Dança da Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb), no Pelourinho, em manifestação contra a morte do coreógrafo e bailarino.

Com faixas e fotos do artista, o grupo de manifestantes seguiu para o Campo Grande com o objetivo de chamar atenção das autoridades para a violência na capital baiana e redondezas.

Notas de pesar

Após o assassinato de Omolú, órgãos culturais emitiram notas de pesar lamentando a morte do artista. A Secretaria de Cultura da Bahia (Secult-BA) e a Fundação Cultural do Estado da Bahia (Funceb) destacaram a carreira construída pelo artista. "Com uma história profissional de mais de 30 anos, iniciada como aprendiz de Mestre King e Emília Biancardi, este soteropolitano, ícone da dança brasileira, com carreira internacional reconhecida, era especialista em danças afro-brasileiras".

A nota ressalta ainda os projetos do coreógrafo e bailarino. "Ao lado do curador artístico da companhia, Jorge Vermelho, estava vivendo um processo de transição para ocupar o posto de assessor artístico do grupo".

O Teatro Castro Alves também divulgou uma nota de pesar pela morte de Omolú. A nota trata o ator, dançarino e coreógrafo como referência mundial, considerando-o destaque "na construção, difusão e popularização da dança produzida na Bahia". O artista ingressou no grupo em 1981, ano de fundação do Balé do TCA, e integrou o elenco de diversas produções da companhia.