Escola Senador ACM (Vasco da Gama) ficou fechada por conta da paralisação dos docentes

Os 135 mil estudantes das 426 escolas da rede municipal de ensino da capital voltam a ter aulas nesta sexta-feira, 21. após dois dias de paralisação dos professores. A categoria, no entanto, reclama que não houve diálogo com a prefeitura e continua em "estado de mobilização", podendo paralisar novamente as atividades a qualquer momento, conforme posição do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB-BA).

Entre os principais motivos da paralisação, segundo o sindicato, estão a adoção do programa educacional Alfa e Beto, a suspensão dos projetos educacionais das escolas e o aumento de 30 minutos por turno na carga horária dos estudantes.

Por sua vez, o secretário municipal da Educação, João Carlos Bacelar, nega que não haja negociação. Segundo ele, representantes do sindicato conversaram com técnicos da secretaria e do Instituto Alfa e Beto (IAB) na quarta-feira. Bacelar classificou como "precipitada" uma paralisação no terceiro dia do ano letivo.

Uma reunião com a categoria está programada para a tarde de segunda, 25. Segundo fontes do movimento, se nessa reunião a secretaria não ceder, há possibilidade do início de greve no dia 14, quando está prevista uma nova assembleia da categoria.

"Paramos no momento correto, porque a secretaria já conhecia nosso posicionamento desde janeiro e não houve diálogo", reclama Marilene Betros, diretora da APLB e uma das lideranças do movimento.

Divergências – "O tempo pedagógico precisa ser aumentado mesmo, mas isso não pode acarretar em uma carga penosa para o professor", diz Marilene.

Bacelar rebate: "Teremos um segundo regente nas salas de aulas. Não vamos prejudicar o professor".

Ele informa que a ampliação da carga horária ocorrerá apenas em abril, quando 1.200 professores já estarão realocados em sala – atualmente, estes estariam em funções administrativas ou nos projetos educacionais, suspensos para reavaliação.

Os professores alegam, ainda, falta de infraestrutura das escolas. "Há unidades em que, se ligar a geladeira e o computador ao mesmo tempo, um deles queima. Não dá para termos novas políticas sem atentar para essas questões", aponta Marilene.

O titular da Educação reconhece que há "fragilidades nas redes físicas das escolas", mas assinala que essas medidas visam melhorar o desempenho dos estudantes. "Está provado que o caminho percorrido até agora falhou. Todos nós devemos estar unidos em prol da educação", ressalta Bacelar.