Os professores e professoras municipais de Camaçari, região metropolitana d Salvador, irão decidir em assembléia se mantêm a greve que já dura mais de 40 dias. A reunião acontece nesta terça-feira (26), às 09h30, na Escola Normal, seguida de ato público.

Em carta aberta para a população camaçariense, o sindicato da categoria, Sindicato dos Professores e Professoras Municipais de Camaçari (Sispec), reforçou alguns alguns motivos para que a greve continue.

No último dia 20, servidores marcaram presença no pátio da Prefeitura para demonstrar insatisfação das categorias com a postura da administração municipal nas negociações salariais. Segundo o sindicato, a Prefeitura nega as principais reivindicações e não apresenta alternativas aceitáveis.

Carta Aberta

GREVE DOS PROFESSORES E PROFESSORAS MUNICIPAIS DE CAMAÇARI CONTINUA. SAIBA POR QUÊ

Em greve desde o dia 18 de Março de 2016, os professores e professoras da rede pública municipal se dirigem aos cidadãos e cidadãs de Camaçari para esclarecer as razões que levam a categoria a manter a paralisação, como também para pedir o apoio da comunidade camaçariense.

Estamos em campanha salarial, com data-base em janeiro, e nossa luta não é somente por reajuste salarial, mas também por valorização profissional, reforma e manutenção física das escolas, merenda escolar de qualidade e um ambiente escolar mais seguro e saudável para professores, estudantes e funcionários. Eis um resumo da nossa trajetória de luta:

A pauta de reivindicações da Campanha Salarial 2016 foi entregue à Administração no dia 09 de dezembro de 2015. Nessa pauta o sindicato reivindica que o índice de reposição do Fundeb dado aos professores do Magistério, de 11,36%, seja concedido aos demais professores. Apesar das tentativas do Sispec, a Administração não deu resposta aos pleitos.

Diante do descaso e da imobilidade proposital da Prefeitura, a categoria aprovou em assembleia GREVE POR TEMPO INDETERMINADO. Desde então várias mobilizações e atos públicos foram realizados na cidade. A greve se fortaleceu e ganhou repercussão, o que obrigou os gestores a sentar para negociar e apresentar uma proposta ao Sispec.

Os professores não aceitaram a proposta incoerente feita pela Administração, de apenas 2% em maio e o restante em dezembro inicialmente, passando depois para o mês de outubro, descumprindo o PCCV e a Lei do Piso.

Em assembleia realizada dia 19/04, a categoria flexibilizou sua proposta de 11,36%, em duas parcelas com pagamento retroativo a janeiro, mas não obteve resposta dos gestores.

Camaçari é um dos municípios mais ricos do país, com arrecadação de R$ 1,06 bilhão em 2015 (conforme números divulgados pelo secretário Camilo Pinto em audiência pública na Câmara de Vereadores, em 26/02/2016), mas a Prefeitura alega falta de recursos para atender às reivindicações da categoria.

Educação não é despesa, é investimento. É um dos principais pilares da cidadania, e só é viável com a valorização dos educadores.

Queremos voltar à sala de aula, que é o nosso lugar. A luta continua para garantir nossos direitos e exigir da Prefeitura o respeito que merecemos. Estamos ao lado da comunidade e pedimos o apoio de todos nessa grande mobilização.

Sispec  –  Sindicato dos Professores e Professoras Municipais de Camaçari

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