A contratação da banda de pagode A Bronka para tocar na lavagem de Jaúá (orla de Camaçari) deixou dúvidas sobre a adesão do projeto anti-baixaria, da deputada estadual Luiza Maia (PT), dentro do próprio governo. O grupo baiano que tem diversas letras que contrariam o entendimento da primeira dama e de seu projeto constava na lista de bandas que foram contratadas para fazer a festa em Jauá.

O projeto de lei conhecido como “lei anti-baixaria” proíbe a contratação de bandas e artistas, com dinheiro público, que tenham músicas com letras que sejam ofensivas à imagem da mulher.
Esta não foi a primeira vez que o projeto da deputada foi para as cucuias em eventos organizados dento do município de Camaçari, cidade que a parlamentar representa e que se esperava, ao menos, uma demonstração de apoio.

No final do ano passado, o cantor e compositor Luiz Caldas foi penalizado com um corte de 30% de seu cachê por ter executado a música Fricote no 1º Festival de Blues e Jazz de Arembepe. A canção fez sucesso nos anos 80 com o verso “nega do cabelo duro que não gosta de pentear”, mas foi taxada como racista pelo poder público municipal.

Certas atitudes mostram, no mínimo, que a deputada Luiza Maia não pode contar com o apoio da equipe que forma o governo do prefeito Luiz Caetano e que a população camaçariense não tem nenhum tipo de restrição às bandas e artistas que se apresentam na cidade.

O projeto da deputada está em tramitação na Assembleia Legislativa da Bahia aguardando por votação.

Por Henrique da Mata