Um projeto de autoria do vereador Joel Cerqueira (PT), presidente da Câmara dos vereadores de Simões Filho, votado na sessão da última terça-feira (14), que pedia o retorno da distribuição do ‘sopão’ gerou polêmica entre alguns vereadores. Em destaque, entre os vereadores João Contador (PDT), que é favorável ao projeto, mas afirmou que existe o uso tendencioso de pessoas políticas nele, e Cleide Vieira (PSC), que discordou da afirmação de Contador e não se posicionou a favor da discussão do projeto na sessão.
João Contador reconheceu que esse trabalho já é feito por algumas igrejas evangélicas da cidade, porém, segundo ele, de forma tendenciosa. “A nossa preocupação é que este é um projeto social de muita importância para o município, e nós precisamos direcionar as coisas que não sejam tendenciosas, que sejam imparciais. O que acontece é que temos associações em que é implantado o Sopão, e as pessoas envolvidas utilizam isso para tirar proveito da situação”, disse o vereador. Segundo João, a secretaria de Serviço Social de Simões Filho é quem tem a autonomia para direcionar a distribuição, mas ainda não sabe quantos postos de entrega de Sopão serão implantados nos município.
Para ele, a distribuição deve ser bem coordenada para que assista os bairros onde a população mais precisa. “Eu não vejo a necessidade de colocar um ponto de distribuição do sopão no centro da cidade, por exemplo. Mas, se você for ao Renatão, o povo está passando fome. Se você vai ao Cristo Rei, na Coroa da Lagoa, em Mapele, tem muita gente carente. O que precisamos é ter um critério para poder contemplar essas pessoas sem desperdício e sem o direcionamento político”, disse. “Nos não estamos aqui para fazer política em cima da miséria de ninguém não”, concluiu o vereador.
A vereadora Cleide Vieira (PSC) disse que não é contraria ao projeto, mas que, ao invés de discutir a distribuição de sopa, os vereadores deveriam se reunir para encontrar soluções que dê ao povo de Simões Filho condições de sustento. “Existem muitas pessoas em nossa cidade que passam necessidade, mas se você perguntar para elas se é digno que estejam em uma fila com uma vasilha na mão pra pegar sopa, certamente diriam que não”, explicou. “Seria muito interessante se nós tivéssemos discutido na sessão viabilidade para que o cidadão de Simões Filho tivesse mais dignidade, educação, trabalho e não a distribuição de sopão”, acrescentou.
Quanto a questão de tendência política na distribuição do sopão destacada pelo vereador João Contador, Cleide disse que ele foi ‘infeliz’ em sua afirmação. “Eu discordo quando ele fala que as igrejas são tendenciosas, pois o papel da igreja não é dar o peixe para o cidadão comer e sim dar a vara para o cidadão pescar. É ensinar ao cidadão que ele tem dignidade”, explicou.
Por Joaquim Castro