Foto: Juliana Ribeiro.Mais uma vez os servidores públicos de Camaçari foram às ruas cobrar melhorias salariais e condições de trabalho.

A greve dos trabalhadores foi instaurada na última sexta-feira (2) depois de uma assembleia organizada pelo Sindicato dos Servidores Públicos de Camaçari (Sindsec). Na manhã da última terça-feira (6), os protestos aconteceram na entrada do Centro Administrativo e causou tumulto, já que os manifestantes não queriam deixar que os carros dos funcionários passassem.

Com gritos de guerra e nariz de palhaço, os manifestantes fecharam a Avenida Getúlio Vargas e chamaram a atenção da população. Taís da Silva, vendedora de uma loja de eletrodomésticos acompanhou o protesto e elogiou a iniciativa. “Eles estão mais do que certos, a gente tem que cobrar mesmo, porque isso é democracia”, disse.

Fazendo o papel de animador da turma que seguia a passeata fazendo bastante barulho, um servidor gritava ao microfone do carro de som. “Oh, o servidor parou, o servidor parou, o servidor parou, oh”. Edmilson de Jesus desabafou com a reportagem do RMS Notícias. “O governo até agora não apresentou a contra-proposta, está enrolando. Estão pagando pra ver, porque eles não acreditavam que houvesse mobilização. Depois de 85, essa é a primeira vez que os camaçarienses fazem um protesto”, ressaltou.

O governo até agora não apresentou a contra-proposta, está enrolando.Maria de Lourdes

Edmilson garantiu que haverá outras manifestações e que a situação não vai mudar se o governo não ceder à pressão. “Com certeza vamos continuar, vem muito mais manifestos por aí, quem viver verá”, destacou.

Maria de Lurdes, servidora há 19 anos, é auxiliar de consultório dentário. Revoltada com a situação, ela reclama. “Nós não temos vale-transporte, não temos ticket-refeição, eu pago para trabalhar, moro em Lauro de Freitas e para mim é difícil seguir do jeito que está”, disse.

Maria de Lurdes não é muito exigente e disse que só quer o que é de direito dela. “Não queremos salários altos, só queremos condições de trabalho e as coisas que nós precisamos e temos que ter por direito. Enquanto isso não acontece continuamos a greve por tempo indeterminado”, relatou.

Por Henrique da Mata