Por intermédio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Federação Internacional de Poluição por Petroleiros (ITOPF, na sigla em inglês) foi procurada pelo Brasil após o surgimento das manchas de óleo em praias nordestinas, que segundo o último balanço do Ibama, realizado ontem (28), já totaliza 254 localidades contaminadas.
O ITOPF, já atuou em mais de 800 vazamentos causados por navios em 100 países diferentes nos últimos 50 anos. Depois de efetuado o contato, o órgão disponibilizou três técnicos para atuar no território brasileiro. Entretanto, apesar da parceria, as ações de limpeza realizadas na costa brasileira não estão seguindo em sua totalidade os protocolos indicados pela entidade em ao menos quatro pontos importantes. São eles: contato com o óleo; descarte dos resíduos; óleo boiando no mar e corais e mangues.
O diretor do ITOPF em entrevista ao G1, afirmou que foram desenvolvidos alguns manuais com recomendações em português. Esses guias foram entregues para a Marinha e o Ibama, que ficariam responsáveis em repassar as informações a autoridades municipais e estaduais das localidades afetadas pela substância.
Segundo a reportagem, existem relatos de locais onde falta equipamento para todos os voluntários, que também não recebem instruções de como deve ser feita a limpeza.
Contato com o óleo
Teoria: O contato com petróleo sem equipamento de proteção deve ser evitado.
Prática: Em ao menos dois estados, voluntários estão sofrendo intoxicações depois do contato direto com a substância. Também O Ministério da Saúde nega situação crítica e solicita que voluntários usem luvas.
Descarte dos resíduos
Teoria: Os resíduos devem ser armazenados em sacolas resistentes e posicionados em locais protegidos para evitar contaminação secundária.
Prática: Os voluntários têm recolhido as manchas de óleo utilizando baldes e sacolas plásticas. Existem relatos de que sacos estouraram na praia, além de vazamentos durante o transporte do resíduo.
Óleo boiando no mar
Teoria: A remoção de manchas de óleo boiando perto da costa deve ser priorizada.
Prática: Não se sabe a quantidade de óleo que foi retirada do mar antes de chegar às praias. Ações de limpeza se concentram na remoção de resíduos na areia. A Petrobras destaca que não tem equipamentos disponíveis para limpeza no mar.
Corais e mangues
Teoria: Áreas sensíveis devem ser limpas naturalmente para evitar maiores danos.
Prática: Ações de limpeza com voluntários estão retirando óleo de manguezais e recifes de corais.