Na manhã desta sexta-feira (20) o radialista Roque Santos recebeu no programa Bahia No Ar, em sua primeira edição, a presença da jovem Vanessa Sousa, de 22 anos, que desde de o último domingo (15) se define como um ‘milagre’. A estudante de engenharia civil, que há 11 meses havia se tornado cadeirante, voltou a andar durante um culto em uma igreja evangélica na cidade de Camaçari. Ela contou que desde então a vida mudou completamente; tem sido bastante abraçada, mas também tem recebido muitos julgamentos.

“Muita gente tá me criticando, falando ‘quanto o pastor te pagou pra você levantar dessa cadeira?’ E eu digo à vocês que ele não me pagou nada, que foi minha fé, junto com a oração de toda a igreja. Eu fui abraçada de uma certa forma que eu não tenho como explicar”, pontua Vanessa.

Sobre como tem lidado com essa repercussão negativa, ela destaca: ”Eu não ligo não, eu nunca fui de ligar pra julgamentos, assim, eu nunca fui de ligar, eu só quero que essas pessoas que tão julgando, de fato o ser humano, que elas possam vivenciar, ir pra igreja, vivenciar tudo que a gente vivencia em Deus, porque eu acho que a fé dessas pessoas tão abalada, porque, pela situação né do dia a dia, querendo ou não a gente fica fraco né, tem muitas pessoas que não acredita mesmo, de fato, porque tem muitas pessoas que brincam com a palavra de Deus, tem muitas pessoas que brincam”, relata. “Podem falar, eu não ligo, eu só quero a oportunidade, eu só quero que vocês tenham a oportunidade que eu tive de tá na presença Dele e vivenciar tudo que eu vivenciei”, avulta.

Foto: Saionara Alves / Bahia No Ar

Como tudo aconteceu

“Rapaz, é até difícil, porque assim, eu não me lembro de nada, exatamente nada do que eu vivi naquela noite, eu só sei que foi muito forte, foi algo sobrenatural, foi algo que, foi meu milagre”, é assim que a jovem define a sensação vivida no momento em que voltou a dar os primeiros passos, após a recuperação dos movimentos das pernas.

No dia 2 de janeiro, quando ainda celebrava a chegada de 2019, Vanessa passou por algo que jamais esperava, tendo em vista o momento de celebração. Ela inicialmente teve um mal estar e, em seguida, desmaiou. Ao acordar, se deparou com a realidade de que dali pra frente teria que contar com a presença de uma cadeira de rodas.

“Eu fui nos médicos, fiz muitos exames, no princípio eles estavam achando que era Guillain-Barré [Síndrome de Guillain-Barré, inflamação grave nos nervos do paciente provocada por uma reação autoimune da pessoa], só que fiz os exames eles descartaram a possibilidade e até então a gente nunca descobriu de fato o que tinha acontecido, eles me falaram de uma suspeita deles, pelo fato de eu ter uma parada [parada cardíaca], eu fiquei muito tempo sem oxigênio, eles estavam achando que eu peguei tipo uma sequela e aí por isso que perdi meus movimentos”, explica.

A grande questão que acompanhou Vanessa nesses 11 meses, era se ela voltaria a andar. Os médicos avaliavam que não, mas a fé dela dizia que sim. “No momento que eu menos esperei Deus pega e faz esse milagre na minha vida”.

“Você não tem nada nessa perna, sua perna praticamente tá morta, então eu tô te falando aqui que eu acho que você não volta mais a andar”, diziam os médicos. “Eu falava à eles, eu não aceito porque eu não nasci assim, eu não aceito porque eu não me vejo assim, e eu tenho certeza que eu vou voltar a andar”, respondia Vanessa. Nesse momento, soltando um vasto sorriso, ela brincou “eu tô ansiosa em ir lá, pra ele [médico] me ver andando”.

Fé x Nova Vida

Vanessa contou ainda que agora é uma nova Vanessa. Ela, que sempre se definiu evangélica e participava de templos religiosos dessa denominação, relembra que antes do susto, estabelecido como “prova de Deus”, estava há seis anos afastada da igreja. No entanto, segundo ela, “minha fé sempre esteve comigo”.

De volta, há cinco meses, as participações assíduas em organizações religiosas, Vanessa frequentava outra igreja, mas já tinha participado de alguns encontros da Catedral Vale da Benção, templo religioso que estava quando voltou a andar.

“Eu era de outra igreja mas eu ia lá, eu já fui lá umas quatro vezes”, conta. No domingo (15) ela destaca que algo diferente aconteceu. “Eu senti no meu coração de ir”. “Eu precisava desse encontro, ninguém me chamou não”, acrescentou.

Agora, Sousa anuncia que se tornou ‘membro oficial’ da Vale da Benção. “Hoje eu comecei a congregar lá, saí de minha outra igreja e não tenho dúvidas que é isso que eu quero”, assegura.

Questionada pelo radialista Roque Santos sobre o que ela leva pra vida com essa experiência, a jovem enaltece: “Eu me tronei uma pessoa melhor. Antes eu reclama muito, eu não dava valor as mínimas coisas”. “Hoje, a Vanessa é totalmente diferente”.

Falando em mudança, Vanessa, que gostava de marcar presença em festas e shows musicais, como aparece em registros fotográficos publicados em suas redes sociais, inclusive, nos períodos em que esteve na cadeira de rodas, salienta: “eu não me vejo mais em festa, é algo que não me atrai mais”.

Ela ainda testifica: “Vanessa a partir de agora não vai mais sair da igreja. Vou me fortalecer ainda mais na presença Dele”. “Meu testemunho não é só a cadeira em si, é muito além disso”. “Que eu possa ganhar muitas almas para Jesus”.

Por fim, Vanessa deixou um recado para as pessoas que enfrentam dificuldades, por vezes, caracterizadas como algo ‘impossível’ de resolução: “Vocês que passam por algum problema, que acha que é o fim, ‘aí meu Deus não dá mais, não aguento mais esperar’, eu já passei por isso. A gente nunca pode desistir, principalmente da nossa fé e no momento certo Deus tira você da provação”.

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