Foram apenas sete partidas no comando do Bahia, em sua quarta passagem pelo clube. Contratado em 9 de abril e demitido em 13 de maio, o técnico Joel Santana afirma que gostaria de esquecer os 35 dias em que esteve à frente do Tricolor. Demitido após sofrer uma goleada por 7 a 3 para o maior rival, o Vitória, na primeira partida da decisão do Campeonato Baiano, o treinador defendeu seu trabalho e contou o que deu errado naquela partida, na Fonte Nova.

Foto: Felipe Oliveira/EC Bahia/DivulgaçãoJoel ficou 35 dias no comando do Bahia.

“Minha última passagem pelo Bahia é uma coisa que eu quero apagar da minha vida, do meu currículo. Na preparação que nós fizemos não faltou nada em termo de trabalho psicológico para a final. Nós levamos uma pessoa que trabalhou no filme "Tropa de Elite", treinando os atores, para fazer uma palestra motivacional incrível. O trabalho foi muito bem feito. Quando começou o jogo, a gente não acreditava. Sofremos dois gols. No intervalo, pedi calma, para buscar o empate. Então, levamos um gol com 30 segundos de segundo tempo. Quando meu capitão (o volante Fahel) foi expulso, eu só tinha que rezar. Pensei que ia perder de 10. Perdi de 7, coisa que não tinha acontecido na minha vida”, afirmou Joel Santana em entrevista ao programa Redação SporTV.

Joel Santana foi contratado pelo Bahia para substituir Jorginho, que deixou o cargo após outra goleada sofrida para o Vitória, por 5 a 1, na reabertura da Fonte Nova. No entanto, o técnico revelou ainda que não foi respeitado da maneira que gostaria pela diretoria do Bahia e, na sua opinião, os problemas no clube são políticos.

“Eu fiquei magoado. Fiquei 15 dias e não conversaram comigo. Não fui tratado como eu merecia, principalmente nesse final. Eu fui derrubado por uma questão política. Desde o momento que eu cheguei lá começaram a depredar minha vida profissional, parece que não conhecia nada, que eu nunca vi nada. Fiquei triste, não pela torcida, mas pelo ambiente que se formava lá. O inimigo ali é outro”, declarou Joel.

Joel Santana lembrou ainda a sua terceira passagem pelo Bahia, entre setembro de 2011 e fevereiro de 2012, quando acertou sua saída, para treinar o Flamengo. O técnico lembrou que tirou a equipe da zona de rebaixamento para a Série B do Campeonato Brasileiro de 2011 e garantiu uma vaga na Copa Sul-Americana de 2012.

“Eu tenho uma paixão muito grande pela Bahia, porque eu já fui campeão pelos dois clubes: Bahia e Vitória. Eu fui convidado para o assumir o Vitória, antes do Caio (Júnior, técnico da equipe). A torcida tem um carinho grande por mim também. Antes desta última passagem, eu tirei o Bahia da zona de rebaixamento e classifiquei a equipe para uma competição internacional”.

Antes de encerrar a entrevista, o técnico mandou um recado enigmático: “Nem sempre o sorriso mais bonito é o do palhaço”. *SporTV