Os familiares da recepcionista de empresa de segurança Marília Matércia Andrade Sampaio, 32 anos, e de Nadjane Santos de Jesus, 30, acreditam que ambas foram mortas pelo mesmo homem. Essa hipótese foi levantada porque o corpo de Marília foi deixado perto de onde Nadjane foi encontrada morta com os mesmos sinais de violência. As vítimas moravam 15 minutos de distância, informou o Correio*.

Marília foi encontrada morta ontem (30/09), às 9h, na estrada CIA-Aeroporto. Ela saiu de casa indo trabalhar na avenida Antônio Carlos Magalhães, onde nunca chegou. Já Nadjane Santos de Jesus, 30 anos, foi vista pela última vez  às 6h, em agosto (09/08), na Rua Souto Soares, em Itapuã, levando o cachorro de estimação Mayck para passear. Horas depois, por volta das 9h30, ela foi encontrada morta, nua, com marcas de espancamento e violência sexual, também na Estrada CIA/Aeroporto.

Foto: Arquivo Pessoal. Nadjane morava em Itapuã e foi morta após violência sexual em agosto.

Prisão
O suspeito João Paulo Castro Moreira, de 30 anos, foi preso na noite desde sábado (30/09), doze horas após cometer o crime e autuado em flagrante por homicídio. Segundo a polícia, ele estava escondido em um imóvel em Mussurunga. Moreira é dono de um lava a jato e ele usou o carro de um cliente, uma Toyota Hilux, para abandonar o corpo da vítima no local.

Foto: Polícia Civil. João Paulo teria cometido os dois crimes.

Marília

“Antes dela sair eu falei: ‘Deus lhe acompanhe’, mas ela nunca mais voltou”, essa foi a última frase que a irmã da recepcionista Marília Matércia Sampaio de Andrade, 32 anos, disse à vítima antes dela ser encontrada morta com marcas de violência sexuais na Estrada do CIA-Aeroporto, na manhã de sábado (30/09). Marília era solteira e mãe de um garoto de três anos.

De acordo com a irmã, a cabeleireira Andreia Sampaio, 57 anos, Marília saiu de casa, na Rua Eduardo Magalhães, em Itapuã, às 7h, até um ponto de ônibus que fica a 10 minutos da casa onde as duas moravam juntas há cinco anos. Dali, a recepcionista deveria pegar um ônibus até o trabalho, em um edifício comercial na Avenida Antônio Carlos Magalhães.   Os familiares foram informados por volta das 9h que o corpo dela havia sido encontrado na rodovia. “Antes de sair, ela me pediu quatro reais emprestado e disse que me pagaria logo que voltasse. Mas não voltou mais”, lamenta.

O corpo da recepcionista foi sepultado na manhã deste domingo (1°/10) no Cemitério Quinta dos Lazáros, na Baixa de Quintas. Cerca de 50 pessoas, entre familiares, amigos e colegas de trabalho, estiveram no local para dar o último adeus à vítima. No trabalho, Marília era conhecida pelos colegas como uma moça tranquila e de pouca conversa. Ela trabalhava havia cerca de seis meses como funcionária terceirizada pela empresa MAP. No dia do crime, os colegas sentiram a ausência da recepcionista, que não costumava chegar atrasada.

Como não tinham contato com os familiares de Marília, as colegas de trabalho não conseguiram avisar sobre a ausência dela. Os colegas só tiveram a confirmação da morte depois de reconhecê-la por uma foto a farda da empresa e uma tatuagem que a recepcionista tinha na panturrilha. “Percebemos pela ausência dela e a tatuagem. Não tinha como não identificar”, diz a também recepcionista Jucineide Marques, 43.

De acordo com familiares da vítima, Marília teria sido forçada a entrar no carro, modelo Toyota Hilux, que o suspeito do crime estava dirigindo. “Ela não era de pegar carona com ninguém estranho. Era uma moça caseira e muito família”, conta o irmão da vítima, o empresário Dino Andrade, 47 anos. O mesmo foi dito pela família de Nadjane, tanto sobre como ela teria entrado no carro quanto sobre seu comportamento, à época do fato.

No caso de Marília, existe ainda a possibilidade de o sujeito a estar sondando anteriormente ao crime, pois ela teria dito aos familiares que estava conhecendo alguém. “Eu sempre fui muito de brincar com ela. Sempre fui brincalhão, mas ela não era de se abrir comigo. Ela teria comentado que estava conhecendo alguém, mas não sabemos”, afirma o irmão da vítima.

Ainda de acordo com o irmão, câmeras de segurança de uma rua próximo ao local onde a jovem foi encontrada teria registrado a recepcionista no banco da frente de um carro do mesmo modelo do que foi encontrado com o suposto criminoso. Os familiares acreditam que Marília já estava morta quando as câmeras registraram as imagens. A assessoria da Secretaria de Segurança Pública da Bahia (SSP) não confirmou a informação.

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