O impacto no avanço do novo coronavírus (Covid-19) na econômia já originou mais da metade das cláusulas negociadas em convenções e acordos coletivos no Brasil, envolvendo assim, reduções de jornada e salário, além da suspensão do contrato de trabalho, pelo menos é o que diz a pesquisa Salariômetro, produzida pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe).
Os dados, que foram divulgados nesta quinta-feira (23), foram realizados de março até o dia 17 de abril e, com isso, engloba parte do período em que teve início do distanciamento social, considerado fundamental para evitar o avanço do surto da doença.
Segundo o estudo, 1.045 cláusulas foram negociadas: 188 (18%) destinadas para a redução de jornada, 187 (17,9%) pela redução de salário e 181 (17,3%) pedindo a suspensão de contratos de trabalhos.
O Ministério da Economia destacou que, até o dia 16 de abril mais de 1,7 milhão de trabalhadores já haviam sofrido corte de jornada ou tido seus contratos de trabalho suspensos.
A medida de redução da jornada e dos salários, bem como a suspensão do contrato de trabalho passaram a ser permitidas pelo governo como forma de evitar uma demissão em massa nesse período de pandemia.
Ademais, a pesquisa aponta que os setores que mais têm negociado são: bares, restaurantes, hotéis e similares (22% do total); transporte, armazenagem e comunicações (21,6%); comércio atacadista e varejista (12,9%); confecções, vestuário, calçados e artefatos de couro (11,8%); e Indústria metalúrgica (4,7%).
No que diz respeito aos recorte estaduais, as negociações estão concentradas nas seguintes regiões: Pernambuco (18,4%), Paraná (16,9%), São Paulo (13,7%), Rio Grande do Sul (11,8%) e Minas Gerais (9,8%).