Na manhã desta quinta-feira (13), durante a primeira edição do programa Bahia No Ar (Rádio Sucesso 93.1 / rádio Metropolitana Web), um ouvinte denunciou a equipe de saúde que atua na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) da Gleba A, em Camaçari. Segundo o homem, que se identificou como Jean, a esposa dele, Sueli Sena Santos, de 37 anos, deu entrada na quarta-feira (12) na unidade, com um quadro de AVC (Acidente Vascular Cerebral).

Na tentativa de transferir a esposa para um hospital de grande porte, que tenha condições de proporcionar o tratamento adequado a gravidade do problema, o ouvinte disse que foi informado por profissionais que atuam na UPA, que ele só conseguiria a regulação da mulher se “ele conhecesse alguém ligado à prefeitura”.

Ainda segundo Jean, Sueli está sendo medicada apenas com remédios para dores. “Só não quero perder minha esposa”, clama o homem.

Na edição do programa desta quinta-feira, a diretora de Controle e Avaliação do SUS, em Camaçari, Elba Brito, informou que a denuncia do ouvinte será devidamente averiguada. Segundo ela, “é muito triste que um profissional tenha dado uma informação dessa a um familiar”.

Ela disse ainda que a regulação funciona através de um sistema integrado ao Governo da Bahia, onde “cada unidade solicitante justifica a solicitação dentro desse sistema, e a equipe [do Estado] faz a avaliação e autoriza ou não [a transferência], a depender dos recursos de leitos e da necessidade do paciente”.

A diretora de Regulação do SUS em Camaçari, ainda frisou que o município pode manter contato com a Regulação do Estado para tentar resolver com mais agilidade a situação dos pacientes, mas que “conhecer alguém da prefeitura não vai favorecer a vida do paciente”. Ela lembra que o munícipe deve “procurar a regulação” que buscará uma solução dentro dessa perspectiva de cumprimento de todos os trâmites legais.

Por fim, Elba salientou que a situação da paciente em questão será averiguada para que seja solucionada o mais breve.

SESAB

Segundo consta nas informações concedidas pela Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), a Regulação de pacientes é uma ferramenta de democratização do acesso, onde, por exemplo, um paciente do município de Barreiras, no oeste da Bahia, tem o mesmo direito a ser internado no Hospital Geral do Estado, localizado em Salvador, do que um paciente que está na emergência do hospital. “A decisão de internação será pautada na gravidade do caso e não pela proximidade”, destaca a pasta estadual.

O sistema criado para gerir vagas hospitalares e outras necessidades de pacientes dentro do Sistema Único de Saúde (SUS), segundo a Sesab, utiliza critérios internacionalmente estabelecidos.

“Antes de ser criada a Regulação, os pacientes rodavam de porta em porta, dentro de ambulâncias ou pessoalmente, buscando uma vaga que, muitas vezes, não era em uma unidade com o perfil adequado para tratar aquela pessoa ou era uma unidade em que não existia a vaga”, diz a Sesab.

Classificação de risco

De acordo com a Sesab, a classificação de risco é uma ferramenta utilizada nos serviços de urgência e emergência, voltada para avaliar e identificar os pacientes que necessitam de atendimento prioritário, segundo a gravidade clínica, potencial de risco, agravos à saúde ou grau de sofrimento.

As unidades seguem protocolos internacionais, como o Protocolo de Manchester, no qual classifica o paciente como Emergência (Vermelho), Muito Urgente (Laranja), Urgente (Amarelo), Pouco Urgente (Verde) e Não Urgente (Azul).

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