O senador Renan Calheiros (MDB) foi indicado como relator dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga omissões do governo federal e eventuais irregularidades dos governos estaduais e municipais no combate à pandemia. Instalada nesta terça-feira (27), a CPI tem como presidente Omar Aziz (PSD) e Randolfe Rodrigues (Rede) como vice.
Havia sido previamente acordado pela maioria dos parlamentares da CPI que as maiores siglas da casa tivessem representação, já que o MDB elegeu 15 senadores e o PSD outros 11. Quanto a Randolfe, este foi quem protocolou o requerimento de investigação contra o governo federal, que deu início ao projeto.
Aliados do governo de Jair Bolsonaro (sem partido), no entanto, tentaram impedir que Renan Calheiros ocupasse o posto de relator. A deputada Carla Zambelli (PSL) moveu uma ação alegando afronta ao princípio de moralidade pública, já que Renan responde por processos de improbidade e é pai do governador de Alagoas, que pode se tornar alvo da CPI.
A Justiça federal chegou a atender ao pedido, mas a decisão em primeira instância foi derrubada pelo juiz Francisco de Assis Betti. Ao seu ver, vetar Calheiros traria um grave risco de dano à ordem pública, na perspectiva da ordem administrativa.
